Petroleiros da Bahia dizem nāo aos equacionamentos da Petros em ato marcado por grande participação da categoria
maio 30, 2023 | Categoria: Notícia
A frente do edifício Torre Pituba, antiga sede administrativa da Petrobrás, em Salvador, foi tomada por centenas de petroleiros (as) aposentados (as), pensionistas e trabalhadores (as) da ativa, na manhã desta terça-feira (30), em protesto contra os equacionamentos do plano de previdência da categoria (Petros).
A mobilização nacional que aconteceu também no Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, entre outros, foi convocada pela FUP e FNP. Na Bahia, o ato teve a participação de diversas entidades representativas dos petroleiros como Astape, Aepet, Abraspet, Cepes, além do Sindipetro-Ba.
Entre a multidão de pessoas de diferentes credos e raças havia algo em comum: a certeza de que é preciso dar um basta aos equacionamentos da Petros, pois a maioria da categoria – principalmente aposentados e pensionistas- não consegue mais arcar com os pagamentos da contribuição extraordinária do fundo de pensão.
Com cartazes e faixas reivindicando mudanças na Petros e pedindo uma solução para os problemas que garanta também a sustentabilidade do plano, os manifestantes se mostraram dispostos a dar continuidade à luta pelo fim do equacionamento para que a categoria petroleira possa voltar a ter estabilidade financeira e emocional.
Este é o caso de Erivaldo Souza. “O impacto no orçamento da minha família é gigante. Somos sete na minha casa é com os descontos dos equacionamentos no pagamento eu chego a receber três mil reais. Não dá pra nada! Por isso necessitamos o mais rápido possível do fim desses descontos no orçamento dos petroleiros”.
O Conselheiro Deliberativo eleito da Petros André Araújo, falou sobre a importância da representação dos participantes nessa instância deliberativa e sobre a necessidade de mudanças na legislação vigente, “o que só ocorrerá através de mobilização da categoria e pressão ao Congresso Nacional.
Caravanas
A gravidade do problema fez com que centenas de aposentados e pensionistas do interior se deslocassem até a capital baiana para participar do ato. “É uma forma de mostrar a nossa indignação e também fazer pressão por uma solução imediata porque a gente não aguenta mais” revelaram.
Walter Rui, aposentado há 10 anos fez questão de participar do ato e denunciar que esse equacionamento está interferindo na saúde e na qualidade de vida dos petroleiros aposentados. “Temos colegas com depressão e outros até em situação de suicídio devido a essa situação. Por isso estamos aqui protestando. Se fosse um equacionamento já seria um absurdo, quanto mais três”.
Para a diretora do Sindipetro, Elizabete Sacramento, “a Petrobras pode e tem a obrigação de resolver esse problema dos equacionamentos. A categoria petroleira é que não pode ser sacrificada por algo que não tem nenhuma responsabilidade”.
Maria Rita, aposentada há sete anos lamenta o baque que teve nas finanças e a redução do poder aquisitivo, o que “interfere no plano que fizemos a vida toda para a nossa suplementação. Isso nos deixa muito decepcionados e por isso estamos aqui hoje para exigir o fim dos equacionamentos”.
Também marcaram presença na manifestação, petroleiros e petroleiras dos municípios de Alagoinhas, Candeias, Catu, Entre Rios, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde, e São Sebastião do Passé. Além do deputado federal, Joseíldo Ramos (PT- BA) e a vereadora de Salvador, Marta Rodrigues (PT). Participaram ainda a presidenta da CUT Bahia, Leninha e representantes de sindicatos, associações e movimentos sociais como o MAB e o Sintel.
O Diretor de Comunicação do Sindipetro-ba, Radiovaldo Costa, considera que, “o ato foi uma demonstração de unidade e força da categoria petroleira em especial do segmento dos aposentados e pensionistas que querem uma solução para o grave problema dos equacionamentos do plano Petros 1 repactuados e não repactuados, além das cobranças abusivas referentes a AMS”, enfatizou o líder sindical.
Radiovaldo disse ainda que a categoria continuará mobilizada até que haja apresentação de uma solução definitiva.
O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, falou sobre “os inúmeros e imensuráveis sofrimentos que a categoria petroleira, principalmente os aposentados e pensionistas, está sendo submetida, com os equacionamentos da Petros e a cobrança abusiva da AMS”.
Batista afirmou que a resoluções desses problemas são hoje uma das principais bandeiras de luta das entidades sindicais petroleiras.”Os descontos chegam até a 70% dos salários em alguns casos. Quem consegue sobreviver tendo uma porcentagem dessa retirada do seu salário”? Indaga.
Luta pela reestatização das unidades da Petrobrás
Além de temas relacionados a Petros, o Sindipetro-ba deu largada na campanha de Reestatização da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), que foi vendida pelo governo Bolsonaro ao grupo árabe Mubadala. Hoje intitulada Refinaria de Mataripe e administrada pela empresa Acelen, vende um dos combustíveis mais caros do Brasil, prejudicando a população da Bahia.
Outras frentes de luta encampadas pelo Sindipetro são pela volta dos campos de petróleo e gás de Miranga, Água Grande e Candeias para a Petrobrás e pela reabertura do Torre Pituba.
Fechado no governo Bolsonaro, o edifício tem 22 andares, conta com 224 estações de trabalho por andar, mais de 2.600 vagas de estacionamento e poderia abrigar quase cinco mil postos de trabalho, movimentando a economia baiana.
Uma ambulância móvel contratada pelo Sindipetro, permaneceu no local durante todo o ato, atendendo, inclusive, um aposentado que se sentiu mal.
Veja abaixo galeria com registros do ato
Fonte-imprensa Sindipetro Bahia