Em ato, petroleiros e petroleiras da Bahia dizem não às mudanças no teletrabalho anunciadas pela Petrobrás
janeiro 14, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Coordenadora do Sindipetro-BA convoca categoria para luta coletiva e unificada
Com o lema “Empatia e Qualidade de Vida para o Trabalho”, petroleiros (as) da Bahia, realizaram um ato na manhã desta terça-feira (14), no Torre Pituba, em protesto às mudanças unilaterais na escala do teletrabalho anunciadas pela Petrobrás. A estatal pretende aumentar de dois para três os dias presenciais dos empregados em teletrabalho, com exceção dos PCDs e pais de PCDs. A mobilização aconteceu também no prédio do Edisen, no Rio de Janeiro, e em outras bases administrativas da empresa.
O Sindipetro Bahia, alinhado à FUP, quer regras coletivas que garantam previsibilidade e segurança aos trabalhadores em relação ao teletrabalho no Sistema Petrobrás, através da negociação e de um acordo firmado com as entidades representativas da categoria petroleira. Mas a abertura dessa negociação só será possível após a revogação da medida de redução do teletrabalho.
Durante a mobilização, a categoria aprovou propostas de paralisação semanal, sendo a próxima na quarta-feira (22/01), operação padrão, às 9h; e indicativo de greve para o dia 10/03 se não houver avanços, que serão apresentadas na reunião do Conselho Deliberativo da FUP na próxima sexta-feira (17). No CD, serão analisadas essas e outras propostas dos demais Sindipetros para definição dos próximos passos na construção de uma campanha nacional a fim de pressionar a empresa a rever sua posição na alteração na escala de teletrabalho e seu regramento no acordo coletivo de trabalho.
Negociação e acordo são as únicas saídas
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, lembrou que apesar das mudanças conquistadas desde a pandemia devido à pressão das entidades sindicais – que chegou ao modelo atual de teletrabalho –, “não há formalização de um acordo coletivo entre a gestão do Sistema Petrobrás e o movimento sindical e, por tabela, não existe força de lei no que está ali determinado em padrões”. Para ele, “não há como ter qualquer tipo de discussão em relação ao teletrabalho sem que haja uma formalização de acordo.”
A FUP quer mudanças como uma maior flexibilidade da escala mensal do teletrabalho, reduzindo o bate e volta; a apresentação dos trabalhadores em unidades mais próximas, entre outras.
Para o diretor do Sindipetro-BA e vice-presidente da CUT-BA, Luciomar Machado, “não podemos aceitar essa forma de mudança abrupta feita sem nenhum processo negocial com as entidades representativas dos trabalhadores e das trabalhadoras”.
O diretor da FUP, Paulo César Martin, foi taxativo ao afirmar que “não existe saída individual”. Ele deu exemplos de pessoas que estão trabalhando até mais de 8 horas por dia pela falta de regramento do teletrabalho.
Por mais empatia
O deputado estadual (PT) e petroleiro, Radiovaldo Costa, falou da pressão de gestores municipais como o do Rio de Janeiro pela volta do trabalho presencial nas empresas como forma de movimentar a economia. “Isto não é responsabilidade dos trabalhadores e a economia não para de girar por causa do teletrabalho, pois o consumo sempre há de existir, se não for no entorno do trabalho será nos bairros onde os empregados moram”. O deputado também falou do comprometimento do Sindipetro Bahia, da FUP e da FNP em resolver esta questão, ressaltando a importância da participação da categoria nas mobilizações.
A coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, exaltou a empatia e a solidariedade para um maior fortalecimento da categoria e de suas entidades representativas. “A luta pelo retorno da refinaria, da Fafen e da área de produção, não é só de quem está lá, é de quem está aqui também”. Para ela, a aglutinação em torno da luta deve ser mais ampla e não apenas quando envolver questões referentes ao setor de cada trabalhador ou trabalhadora. “Hoje sou eu, amanhã é o outro e se não estivermos juntos em todas as lutas não nos fortalecemos coletivamente”, concluiu.
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