X Congresso dos Petroleiros da Bahia – Petroleiros e eletricitários reafirmam compromisso de luta contra a privatização das estatais
junho 10, 2021 | Categoria: Notícia, X Congresso
O Setor energético, Setor Petróleo e Novas Empresas, na Bahia foi o tema da palestra promovida pelo Sindipetro em suas redes sociais na noite da quarta-feira (09). O evento faz parte das prévias do X Congresso dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia, que acontece nos dias 11 e 12 de junho.
As reiteradas tentativas de privatizações de grandes empresas como a Petrobrás e a Eletrobras e as consequências negativas para a sociedade brasileira, assim como a necessidade da organização e fortalecimento de sindicatos classistas para fazer o enfrentamento ao desmonte e desindustrialização do Estado brasileiro, sob o governo de extrema direita de Bolsonaro, foram pontos recorrentes nas falas dos palestrantes.
Mediado pelo Vice-Presidente da CUT Bahia e diretor do Sindipetro, Leonardo Urpia, o debate teve como palestrantes, o Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o Diretor do Sinergia, Gilberto Santana e o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
Gilberto informou que a Eletrobras completa 59 anos no dia 11 de julho, e “apesar de estar sendo muito afetada pelos planos de desinvestimento do governo Bolsonaro, continua sendo uma empresa extremamente rentável, gerando entre 2018 e 2020 mais de R$ 30 bilhões de lucro”.
Outra informação importante dada pelo sindicalista é que “no segmento de geração de energia, o Grupo Eletrobras é responsável por 30% de toda a capacidade instalada e gerencia em torno de 48 usinas hidrelétricas, 12 termelétricas, sendo duas nucleares, além de 60 parques eólicos”.
Ele também falou da luta dos trabalhadores em energia para barrar a privatização da Eletrobras. “Estamos fazendo um trabalho persistente de mobilização e também de convencimento dos senadores para que votem contra a venda da Eletrobras, que, em breve, deve entrar em pauta no Senado.
O Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, falou sobre a luta para manter a Petrobrás atuando no estado da Bahia com o objetivo de evitar, entre outros males, o aprofundamento do processo de desindustrialização no estado, “que agravará os problemas que já estamos vivendo com o desmonte da Petrobras na Bahia”.
O coordenador elencou os ativos da estatal vendidos ou colocados à venda, evidenciando o desmonte da estatal. “A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN) foi arrendada, a Liquigás e a BR Distribuidora vendidas, assim como muitos campos terrestres de petróleo e gás. Também já estão em processo adiantado de venda o Campo de Manati, as Termelétricas e a Refinaria Landulpho Alves e a Transpetro, com seus quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos totalizando 669 km. Este governo entreguista já vendeu diversos ativos da Petrobrás pelo valor total de US$ 30 bilhões, sendo que os valores reais de venda seriam de cerca de US$ 200 bilhões”.
Bacelar lembrou das diversas audiências públicas organizadas, das ações na justiça, mobilizações, greves e articulações políticas na Câmara Federal para barrar a privatização da Petrobrás. “Tenho certeza de que toda luta e resistência que estamos fazendo são necessárias, mas não são suficientes. Temos que focar em 2022. O Brasil, mais uma vez vai ter a oportunidade, de decidir se quer um projeto de extrema direita, ultraliberal e fascista ou se quer um projeto que visa um desenvolvimentismo, a redistribuição de renda, o desenvolvimento da indústria nacional, a garantia de direitos mínimos para os trabalhadores e a dignidade do cidadão”, afirmou.
O Diretor de Comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, falou sobre o processo de transferência das atividades da Petrobrás para a iniciativa privada, com foco nos trabalhadores deste setor. As lutas do sindicato para defender este segmento da categoria que chega com salários mais baixos, menos direitos e sofrem com a precarização no ambiente de trabalho, ficando mais expostos e sujeitos a acidentes do que os trabalhadores concursados.
Radiovaldo deixou claro a posição do Sindipetro contra a privatização, esmiuçando a luta da entidade sindical para barrar este procedimento. “Mas, infelizmente, temos hoje um desgoverno, um judiciário que se rendeu a este processo de privatização, um congresso que não está a serviço do povo e dos trabalhadores e uma imprensa interessada em favorecer os capitalistas e investidores”.
Mas o sindicalista afirmou que a posição contrária à privatização, não tem nada a ver com os trabalhadores das empresas privadas de petróleo. “Estes serão representados por nós. Vamos lutar por seus direitos, para garantir salários dignos, pela segurança deles, porque este é o papel e obrigação de qualquer entidade sindical. É preciso que fique claro que petroleiro não é só quem trabalha na Petrobras, petroleiro é todo aquele que trabalha na indústria do petróleo. E todos eles terão a garantia de um sindicato combatente que sempre estará ao lado deles”.
Para Radiovaldo não há outro caminho para enfrentar o governo de extrema direita de Bolsonaro, a não ser o de fortalecer e manter as entidades sindicais. “Esta é a garantia que teremos de uma trincheira permanente para combater este governo e sua política econômica desastrosa”, finaliza.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia
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