Trabalhadores da cidade de Candeias, na Bahia, se assustam com névoa ácida vazada da PBIO
maio 8, 2023 | Categoria: Notícia
Empregados de empresas do entorno da fábrica de biodiesel sentiram ardência nos olhos e narinas
Um vazamento de 20 m3 de ácido clorídrico (HCL3), proveniente da Petrobras Biocombustível (PBIO) atingiu as empresas Bacan (Base de Candeias) e Larco, em Candeias, na Bahia, na noite do sábado (5). As empresas foram cobertas por uma névoa ácida, que causou ardência nos olhos e narinas dos trabalhadores.
As duas empresas tentaram entrar em contato com a sala de controle da PBIO para alertar sobre o vazamento e saber o que estava acontecendo, mas o telefone estava inoperante para receber ligação externa devido a problemas tecnológicos, que passaram a ser frequentes após a venda da RLAM e da Transpetro.
Informações preliminares apontam também que parte do ácido vazado atingiu a Bacia da ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), além de ter causado danos ambientais no entorno da PBIO, inclusive a morte de pequenos animais como sapos e cobras.
De acordo com informações coletadas pelo Sindipetro, o tanque de ácido clorídrico, onde houve o vazamento, já havia apresentado problemas em dias anteriores e as gerências da empresa estavam cientes do risco de vazamento. O sindicato também recebeu a denúncia de que parte dos tanques da PBIO está condenada devido ao avançado grau de desgaste das suas estruturas plástica e metálica.
Bomba-relógio
O fato é que a gerência da PBIO tem relegado a manutenção das instalações e equipamentos para segundo plano. Denúncias chegam ao sindicato, de forma recorrente, com vários problemas como: caldeiras sem condições adequadas e seguras de operar, tanques com corrosão interna, tanques com lastros precisando de limpeza (32 tanques).
Além disso, a ETE vem funcionando como uma fossa industrial (sem fazer o tratamento dos Efluentes), a desmineralização da água industrial sem funcionar. O descaso com a manutenção das instalações e equipamentos está sendo causa dos diversos acidentes que ocorreram na Usina de Candeias nos últimos anos. Os riscos de um acidente fatal está cada vez maior, e se ainda não aconteceu é por pura sorte.
É importante lembrar que no final de dezembro de 2022 houve uma explosão do feixe do tubo de uma caldeira com 10 kgf/cm 2, que poderia ter causado acidente fatal se houvesse pessoas próximas ao local no momento da explosão.
O diretores do Sindipetro, João Marcos e Jailton Barbosa, foram indicados pelo sindicato para acompanhar a investigação sobre o vazamento de ácido clorídrico.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia