Sindipetro Bahia e FUP vão entrar na justiça contra a Petrobrás por perseguição ao coordenador da Federação, Deyvid Bacelar
abril 7, 2021 | Categoria: Notícia
A medida disciplinar aplicada pelo Gerente Geral da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), no Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, suspendendo por 29 dias o sindicalista – que está no exercício legal do seu mandato sindical – é uma afronta ao movimento sindical e aos petroleiros e petroleiras.
A atitude antissindical teve o claro objetivo de intimidar a categoria petroleira, punindo a sua principal liderança, e atingir as entidades sindicais para enfraquecer e desmobilizar a categoria em um momento crucial em que a luta contra a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), contra a privatização do Sistema Petrobrás e pelos direitos dos petroleiros se torna ainda mais acirrada e necessária.
As críticas à venda da RLAM e inclusive à gestão do GG da refinaria durante as mobilizações realizadas na greve de 30 dias da categoria, que aconteceu de 5/03 a 3/04, motivaram a injusta punição ao líder sindical.
O gestor se sentiu incomodado com as críticas do sindicalista, que estava fazendo o enfrentamento necessário, defendendo os direitos da categoria, denunciando a venda e as suspeitas que pairam sobre o processo de privatização da RLAM, que está sendo vendida por metade do valor de mercado e ainda denunciando as ilegalidades e se colocando contra a privatização do Sistema Petrobrás.
A atual direção da Companhia segue à risca a cartilha bolsonarista, age como se o Brasil estivesse sob um regime autoritário. Não estamos e não vamos permitir a volta desses tempos sombrios.
O Sindipetro Bahia e a FUP não vão admitir a perseguição aos trabalhadores ou aos dirigentes sindicais. As entidades vão entrar na justiça com uma ação contra a Companhia, com responsabilização ao GG e vão cobrar do RH nacional da Petrobrás que essa medida punitiva seja cancelada porque ela é ilegal, imoral e injusta.
Apoio e solidariedade
As bancadas da Minoria e da Oposição na Câmara dos Deputados, juntamente com suas lideranças partidárias (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade), emitiram nota repudiando “o comportamento antidemocrático do gerente-geral da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Grey de Campos Zonzini, por perseguir trabalhadores da empresa que lutam contra a criminosa privatização do ativo estratégico pertencente à Petrobras, localizado na Bahia”.
As bancadas também reafirmam que a venda da refinaria “é um crime de lesa-pátria, tanto por seu valor irrisório – metade do avaliado pela própria Petrobras – como pelas implicações no próprio mercado”. O Tribunal de Contas da União está julgando se a RLAM poderá ser vendida por metade do valor de mercado.
Entidades sindicais e movimentos sociais como a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e diversos siindicatos do ramo, como os Urbanitários do Maranhão (STIU-MA) e do Distrito Federal (STIU-DF) e o Sinergia de Santa Catarina,. Além da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e diversos siindicatos do ramo, como os Urbanitários do Maranhão (STIU-MA) e do Distrito Federal (STIU-DF) e o Sinergia de Santa Catarina, lançaram nota em repúdio à perseguição da Petrobrás ao coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.
Também prestaram solidariedade entidades como a UNE, o MPA, Contraf-CUT, o Sintergia RJ e o STIEENNF.
A nota foi republicada também pela Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobrás (AESEL) e pela Associação dos Empregados de Furnas (ASEF).
Denúncias contra a atual gestão da RLAM
O Sindicato tem recebido várias denúncias contra a atual gestão da RLAM, a exemplo de que o GG já mandou demitir um trabalhador terceirizado porque, cansado por ter chegado à RLAM de madrugada a pedido da própria Petrobrás, ele apoiou as pernas em um banco. Os relatos são que a demissão gerou constrangimentos ao trabalhador, que se sentiu humilhado. Outra informação que chegou à entidade sindical é que foi determinado uma multa de R$ 400 mil à MVS, empresa onde o trabalhador estava lotado.
Esse tipo de gestão, no lugar de contribuir para o bom desempenho dos empregados e para um ambiente tranquilo de trabalho, gera estresse, problemas psicológicos nos trabalhadores e está prejudicando não só os petroleiros e petroleiras, mas também a própria Petrobrás.
Fonte- Sindipetro Bahia (com informações da FUP)
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