Sindipetro-ba pede a gestão da Petrobrás urgência na resolução das demandas dos ex-trabalhadores da RLAM
junho 20, 2023 | Categoria: Banner Principal, Notícia
O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-ba) participou da reunião com os ex- trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e gestores da Petrobrás no dia 16 de junho, em Salvador, e pediu celeridade nas solicitações coletivas e individuais dos funcionários que sofrem com o desastroso plano da estatal pós-privatização.
A reunião foi marcada por contundentes cobranças dos petroleiros e petroleiras que desde a privatização da refinaria, em 2021, tiveram que deixar os seus postos de trabalho para serem reintegrados (as) em outras unidades da empresa fora do estado da Bahia, o que gerou, em muitos casos, graves problemas emocionais, familiares e profissionais. Além disso, o alto número de relatos à gerência de Recursos Humanos sobre o impacto na saúde mental e profissional desses trabalhadores é assustador.
A reunião foi a segunda em dois meses e teve a presença do Diretor Executivo de Processos Industriais e Produtos, William França e do gerente-executivo de Recursos Humanos, Felipe Freitas e de Marcos Jeber, gerente executivo de refino. Os gestores apresentaram o documento de ações após-pleitos dos empregados, que é, na prática, novas respostas às demandas dos trabalhadores.
Ao falar sobre alguns dos avanços na reparação de danos, o gerente de RH, detalhou a execução do que chamou de “pequenos movimentos”, a exemplo: realização de concurso de nível técnico, que vai admitir até 1.200 pessoas; retomar a pesquisa de ambiência, que deverá servir de insumo pro novo plano estratégico da Petrobrás e a liberação dos empregados PCD’S, pais de PCD’S e outras pessoas com situações adversas para desempenharem suas atividades profissionais 100% em teletrabalho, caso seja a sua modalidade de preferência.
O trabalho remoto foi pautado como saída efetiva para alguns casos e Willian França alegou não ser fácil implantar a modalidade na Petrobrás. “Estamos entrevistando diversas empresas para entender como adequar o modelo de home office na Petrobrás, mas foi decidido na quinta-feira (15), durante a reunião de diretoria, que todas as pessoas com casos de saúde adversas passarão por um processo de avaliação individual e técnica e, se desejarem, serão autorizadas a trabalharem em esquema de home office”, explicou França.
Deyvid Bacelar, Coordenador da FUP esteve na reunião e fez questão de pontuar que é inadmissível que as pessoas ainda tenham que se apresentar de forma presencial em unidades fora da Bahia, sendo que vão trabalhar na frente do computador, dentro de um escritório. Ele também questionou o motivo de existirem vagas nas plataformas e elas não serem liberadas para os trabalhadores do operacional.
Jairo Batista coordenador do Sindipetro-ba fez questão de salientar a preocupação da entidade sindical com a saúde dos ex-trabalhadores da refinaria e explicou que o sindicato criou um GT especial para tratar do tema e vai realizar ações diretas com os trabalhadores para auxiliar e garantir a saúde de todos.
A preocupação com o impacto da privatização na vida dos petroleiros foi tratada pelo Diretor de Comunicação do Sindipetro-ba, Radiovaldo Costa, que revelou o que o Sindipetro-ba vem demandando à estatal.
“Nós já apresentamos propostas para resolver as solicitações e a cobrança seguirá incessante até que todos possam voltar a ter sua dignidade laboral devolvida.”
Costa exemplificou o que está acontecendo com Luciene, trabalhadora da Petrobrás, mãe de uma criança de 3 anos, casada e que teve que se mudar para outro estado devido a privatização, onde ela não tem rede de apoio e está desesperada para saber como irá conciliar a maternidade, a família e o emprego. “Esse tipo de situação é comovente, está sendo vivido por outros trabalhadores e não é algo que o governo Lula patrocina, ele tem sensibilidade e iremos cobrar politicamente isso.”, sustentou o líder sindical.
Felipe Freitas comentou que está sendo criado um ‘GT de vocações regionais’, que se resume em um grupo para mapear no país empresas que têm necessidade de dialogar mercadologicamente com a Petrobrás e isso seria futuramente uma oportunidade para gerar vagas a serem ocupadas por trabalhadores que vivem a situação de mobilidade e que desejam retornar à Bahia, por exemplo. Ele afirmou ainda que até setembro deve anunciar como funcionará a ação.
Ao final da reunião, o gerente de recursos humanos disse que todas as solicitações serão vistas com atenção e pediu que dúvidas e orientações sejam solicitadas à ele pela plataforma Teams ou por e-mail.
O Sindipetro-ba continuará cobrando da direção da Petrobrás a primarização de atividades, a abertura de vagas na UN-BA, no COMAP-TAR e a liberação dos trabalhadores que estão tendo que se apresentar fora do estado para exercerem as suas funções nas unidades da Bahia.