Sindicatos da FUP realizam atos nesta quinta para fortalecer greve na Rlam
fevereiro 17, 2021 | Categoria: Notícia
Os petroleiros da Bahia iniciam no primeiro minuto desta quinta-feira, 18, greve por tempo indeterminado, em defesa dos empregos e direitos que estão sob ataque em meio ao processo de desmonte do Sistema Petrobrás no estado. A Refinaria Landulpho Alves (Rlam), uma das mais importantes para a cadeia petroquímica do país, está sendo adquirida pelo Mubadala, um fundo de investimentos do Emirados Árabes, pela metade do preço.
De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a Rlam está avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, mas foi comercializada por US$ 1,65 bilhão. Um prejuízo não só para a Petrobrás, como para os consumidores, que pagarão mais caro pelos combustíveis, pois a privatização das refinarias, como apontam vários especialistas, criará monopólios regionais privados, que irão determinar os preços dos derivados, sem qualquer controle do Estado brasileiro.
Um estudo da PUC Rio, que analisou os efeitos da privatização de seis das oito refinarias colocadas à venda pela direção da Petrobras, apontou que a venda das unidades, ao contrário do que a empresa e o mercado defendem, não aumentará a competitividade e sim a concentração do setor. Segundo o estudo, das refinarias que estão à venda, as que têm maior potencial para formação de monopólios regionais são a Rlam, a Reman, a Refap e a Regap.
Leia também: Aumento no valor dos combustíveis é culpa da política de preços da Petrobrás, apontam especialistas
Mobilizações em todo o país
Para fortalecer a greve, os sindicatos da FUP realizam nesta quinta pela manhã atos em todas as bases de representação da entidade, com atrasos, carreatas e protestos na porta das unidades. Veja abaixo o quadro das mobilizações.
Além da Rlam, outras cinco unidades de refino do Sistema Petrobrás estão em processo acelerado de privatização: a Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor), no Ceará; a Usina de Xisto (SIX), no Paraná; a Refinaria Alberto Pasqualine (Refap), no Rio Grande do Sul; a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
Leia também: Venda da RLAM é o início de um monopólio privado, cuja conta cairá no colo do consumidor
Trabalhadores sofrem com insegurança e assédio moral
Sem informações sobre quem irá operar a Rlam e como ficará a situação dos trabalhadores próprios e terceirizados, após a assinatura do contrato de venda para o fundo Mubadala, o Sindipetro Bahia, junto com a FUP, vem buscando interlocução com a gestão da Petrobrás, parlamentares e o governo da Bahia. A empresa até hoje não respondeu como será a transição da venda da refinaria. Enquanto isso, os petroleiros sofrem as consequências do desmonte dos efetivos da refinaria, aumento da insegurança e assédio moral, em plena pandemia da Covid-19.
“São cerca de 900 trabalhadores próprios da Petrobrás e 1.700 terceirizados que não receberam da empresa qualquer atenção durante o processo de venda, não foram ouvidos, e agora não sabem como será seu futuro. A legislação diz que a empresa tem de negociar com o sindicato todas as questões que envolvam sua força de trabalho, mas a gestão da Petrobrás ignora isso e ainda tenta politizar uma greve que é legítima e justa pelos direitos dos trabalhadores”, explica o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Leia também:
> Clube de Engenharia e Crea-RJ divulgam manifesto contra privatização da Rlam
> AEPET: venda de refinarias prejudicará consumidores
Participe das mobilizações desta quinta
Sindipetro Amazonas
Ato nesta quinta, na Refinaria de Manaus (Reman), e carreata no sábado no Centro de Manaus contra as privatizações na Petrobrás e a política de preços dos combustíveis.
Sindipetro Ceará/Piauí
Ato nesta quinta na Lubnor, no Ceará.
Sindipetro Rio Grande do Norte
Ato na sexta no Polo de Guamaré.
Sindipetro Pernambuco/Paraíba
Ato nesta quinta na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
Sindipetro Bahia
Ato na entrada da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), com participação de dirigentes da FUP e dos sindicatos, em apoio à greve.
Sindipetro Espírito Santo
Ato nesta quinta na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimba (UTGC), em Linhares.
Sindipetro Norte Fluminense
Categoria está em estado de assembleia permanente.
Sindipetro Duque de Caxias
Ato com carreata nesta quinta no acesso à Reduc, na saída da Rodovia Washigton Luís.
Sindipetro Minas Gerais
Ato nesta quinta na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
Sindipetro Unificado de São Paulo
Atos na quinta nas refinarias de Paulínia (Replan) e de Mauá (Recap).
Sindipetro Paraná/Santa Catarina
Atos nesta quinta na Repar (Araucária) e na SIX (São Mateus do Sul), no Paraná.
Sindipetro Rio Grande do Sul
Atos na quinta na Refap (Canoas) e no Terminal de Osório (Tedut).
[Imprensa da FUP]