Regime de home-office permanente na Petrobrás é caminho para a privatização da estatal
junho 23, 2020 | Categoria: Notícia
O presidente da Petrobrás, Castello Branco, anunciou que pretende manter metade dos trabalhadores da área administrativa da estatal trabalhando, permanentemente, em regime de home-office. Apesar de dizer que os trabalhadores terão direito de optar ou não por esse regime, sabemos, que, na realidade, não é assim que funciona.
A pressão e o assédio moral são hoje práticas comuns nas unidades do Sistema Petrobrás e os trabalhadores não estão livres de sofrerem assédio para acatarem a decisão da companhia que disse à imprensa que “vê nessa forma de trabalho uma oportunidade para economizar custos e espaço de escritório”.
Mas a verdade é outra. O fato é que essa é mais uma medida da atual direção da empresa na perspectiva de enfraquecer a categoria petroleira e de facilitar o processo de privatização da Petrobras. O que Castello Branco quer é passar uma mensagem para a sociedade brasileira de que a estatal tem trabalhadores em excesso e que podem ser descartados. Quer passar a imagem que aqueles que trabalham em home- office são excedentes.
A Petrobrás é uma empresa enxuta do ponto de vista dos trabalhadores. Temos hoje falta significativa de efetivo em várias unidades da companhia, enquanto o processo de precarização e terceirização aumentam. Essa é mais uma medida que afeta a segurança dos trabalhadores e das instalações da empresa e, consequentemente das comunidades localizadas nos entornos da estatal.
É também uma forma de quebrar a força e a unidade da categoria petroleira, dificultando a luta pela manutenção dos seus direitos e defesa da Petrobrás como empresa pública. Além disso, ao manter metade dos funcionários do administrativo trabalhando em casa, a direção da Petrobrás pratica o assédio moral coletivo e institucional, pois fragiliza emocionalmente os seus funcionários que podem se sentir inseguros.
A direção do Sindipetro Bahia repudia essa medida antissindical anunciada pelo presidente da Petrobrás sem nenhuma negociação com as entidades sindicais. O Sindipetro fará todos os esforços para combater tal medida, levando em conta que ela prejudica, não só os trabalhadores diretos e contratados da Petrobrás, mas também a sociedade brasileira, pois enfraquece a maior empresa pública do país e o próprio conceito de soberania nacional, trazendo consequências graves em curto, médio e longo prazo para todo o povo brasileiro.
Artigo de Radiovaldo Costa – Diretor (licenciado) do Sindipetro Bahia – Via Blog do Trabalhador