Refinaria privatizada fez dois aumentos seguidos e baianos já pagam 10,3% a mais no litro da gasolina
outubro 21, 2022 | Categoria: Notícia
Entenda por que os preços vão disparar também nas refinarias da Petrobrás, cuja política de reajuste segue o mesmo princípio: paridade de importação
[Da imprensa da FUP]
Uma semana após reajustar a gasolina em 9,7% e o diesel em 11,3%, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, tornou a aumentar o preço dos combustíveis no último dia 15. A gasolina subiu mais 2% e o diesel S-10 aumentou 8,9%. Trata-se da antiga RLAM, refinaria que pertencia ao Sistema Petrobrás, mas foi vendida pelo governo Bolsonaro para a Acelen, do fundo de investimentos árabe, Mubadala, que agora é responsável pelos preços mais altos dos combustíveis no Brasil.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina em Salvador chegou a R$ 5,56, o mais caro entre as capitais do país, na pesquisa feita entre os dias 9 e 15 de outubro. A Agência revelou que nesse período, ou seja, em apenas uma semana, o preço do combustível na capital baiana subiu 10,3%, em média, já que o litro chegou a custar R$ 0,52 a mais nas bombas de gasolina.
A RLAM foi privatizada em novembro de 2021, após ser adquirida pelo Fundo Mubadala, dos Emirados Árabes, pela metade do preço que valia. A gestão bolsonarista da Petrobrás vendeu a refinaria por US$ 1,65 bilhão, muito abaixo do valor estimado por especialistas, cujos estudos apontaram que a unidade baiana valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
Desde dezembro de 2021, a refinaria é operada pela empresa Acelen, do grupo Mubadala, que vem praticando um monopólio regional, impondo ao povo baiano seguidos reajustes dos combustíveis.
Nas refinarias da Petrobrás, cuja política de preços dos combustíveis é a mesma praticada pelos donos da RLAM, os reajustes estão sendo segurados pelo governo Bolsonaro para obter ganhos eleitoreiros. No entanto, vários postos de gasolina já estão aumentando o preço nas bombas, segundo o mesmo levantamento feito pela ANP.
Se quisesse mesmo reduzir os preços dos combustíveis, Bolsonaro, como representante da União, que é a acionista majoritária da Petrobrás, teria alterado a política de preços da empresa, que segue a paridade de importação (PPI), coisa que ele não fez até hoje, faltando pouco mais de dois meses para terminar o seu mandato. Desde que assumiu a presidência, o óleo diesel subiu 165,9% nas refinarias e a gasolina acumula reajustes de 118,3%.
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