Prévia da inflação de agosto é a maior desde 2002 e índice alcança 9,30% em 12 meses
agosto 25, 2021 | Categoria: Notícia
Os reajustes da energia elétrica e da gasolina foram os que mais contribuíram, novamente, para aumentar os índices de inflação no país. Os preços abusivos dos combustíveis continuarão penalizando a população, enquanto a gestão da Petrobrás mantiver a política de reajustes baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI)
[Da redação da CUT | Foto: Roberto Parizotti]
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial do país, registrou em agosto 0,89%, a maior variação para um mês desde 2002, quando o índice foi de 1,00%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De janeiro a agosto, a inflação medida pelo IPCA-15 acumulou alta de 5,81% e de agosto do ano passado até agosto deste ano de 9,30%.
O índice continua sendo puxado pelas altas nos preços da energia e da gasolina, especialmente.
A energia elétrica exerceu o maior impacto individual no IPCA-15, com aumento de 5% -em julho o aumento foi de 4,79%.
De acordo com o IBGE, a alta está relacionada a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que vigorou nos meses de julho e agosto, mas, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243.
A mudança de bandeira é uma das medidas paliativas implementadas para impedir o caos provocado pela crise hídrica, já que nenhuma proposta concreta foi implementada pelo governo federal para enfrentar a seca, que não é novidade no país.
Além disso, o resultado foi consequência dos reajustes tarifários de 8,92% em Belém (6,18%), a partir de 7 de agosto; de 11,38% em São Paulo (7,60%), a partir de 4 de julho, em uma das concessionárias; de 8,97% em Curitiba (4,78%), em 24 de junho; e 9,08% em Porto Alegre (6,88%), em 19 de junho, em uma das concessionárias, sendo que este reajuste não fora incorporado no IPCA-15 de julho e, por isso, foi captado totalmente no índice de agosto.
A politica internacional de preços da Petrobras também contribui para o aumento da inflação. Os preços dos combustíveis aumentaram 2,02% em agosto.
A principal contribuição (0,12 p.p.) veio da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. Os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%) também subiram, enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.
Os preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%) também subiram em agosto.
Entre as altas que mais contribuíram para aceleração da alimentação no domicílio – que passou de 0,47% em julho para 1,29% em agosto -, segundo o IBGE, os destaques são para o tomate (16,06%), frango em pedaços (4,48%), frutas (2,07%) e leite longa vida (2,07%).
Todas as dezesseis áreas pesquisadas apresentaram variação positiva. O menor resultado ocorreu em Belo Horizonte (0,40%), influenciado pela queda das passagens aéreas (-20,05%) e taxa de água e esgoto (-6,40%). Já a maior variação foi registrada em Goiânia (1,34%), onde pesaram as altas da gasolina (6,31%) e da energia elétrica (3,60%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de julho e 13 de agosto de 2021 (referência) e comparados aos vigentes de 15 de junho a 13 de julho de 2021 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Mais informações no site do IBGE.