Petrobrás quer impor retorno ao trabalho sem negociação com os sindicatos, sem segurança e sem regramento do teletrabalho
maio 31, 2021 | Categoria: Notícia
Sem negociação com as entidades sindicais, a gestão da Petrobrás voltou a se pronunciar, nesta segunda-feira, 31, sobre o retorno ao trabalho presencial nas unidades da empresa. De forma unilateral, o RH divulgou um comunicado interno, informando diretamente aos trabalhadores sobre o calendário de retorno, previsto para ser iniciado em 01/07 para as funções gerenciais e a partir de primeiro de outubro para todos os trabalhadores. Novamente, não houve qualquer discussão prévia com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que, desde o dia 15 de abril, cobra reunião com a empresa para tratar desta questão e também do regramento do teletrabalho permanente no pós-pandemia.
A gestão da Petrobrás, no entanto, vem, reiteradamente, adiando uma reunião específica para discutir essas questões com as representações sindicais e também não tem negociado essa pauta nas reuniões do EOR e da Comissão de SMS. A FUP continua cobrando uma resposta da empresa à proposta de regramento do trabalho remoto, que foi amplamente discutida no ano passado no GT do Teletrabalho.
Os petroleiros precisam de uma previsibilidade em relação às escalas que serão adotadas no retorno ao trabalho presencial. Entre as demandas apresentadas pela categoria, estão a opção pelo teletrabalho em período integral ou uma escala mensal, ao invés da semanal, como quer a Petrobrás. Além disso, a FUP entende que é fundamental que haja a garantia de que o retorno ao trabalho presencial só ocorra em condições de fato seguras, cenário que ainda é muito improvável, diante das constantes mutações do coronavírus, da falta de uma política de vacinação em massa da população e do consequente aumento dos casos de contaminação e mortes não só nas diversas regiões do país, como nas unidades do Sistema Petrobras.
Essas e outras reivindicações da FUP serão apresentadas novamente à empresa nas próximas reuniões das comissões permanentes de negociação, como a de SMS e a de acompanhamento do Acordo Coletivo de Trabalho.
[Imprensa da FUP | Foto: Tânia Rego/Agência Brasil]