Petrobrás determina a paralisação de 16 sondas da Braserv na Bahia e em Sergipe. Cerca de 900 trabalhadores serão demitidos
maio 15, 2020 | Categoria: Notícia
A direção da Petrobrás enviou notificação para a Braserv informando que nos próximos dois meses irá paralisar as atividades de 16 sondas da empresa localizadas nos campos terrestres de petróleo na Bahia e em Sergipe. Com isso, aproximadamente 900 trabalhadores e trabalhadoras serão demitidos (cerca de 400 na Bahia e de 500 em Sergipe).
A notícia pegou a Braserv de surpresa causando pânico entre os seus funcionários que se vêm na iminência de perder seus empregos em plena pandemia da covid-19 e em meio à uma grave crise econômica e sanitária no país.
Logo que foi informado, o Sindipetro Bahia se reuniu com a direção da Braserv e com representantes da gerência da Petrobrás para saber qual a real situação e quantas sondas serão paralisadas de imediato. Das oito sondas em operação na Bahia, quatro serão paralisadas até o dia 23/05 e três até o dia 13/07. Em Sergipe, onde há nove sondas em operação, quatro serão paralisadas até 23/05 e cinco até 13/07.
A Braserv deixará de operar de forma definitiva em Sergipe e no Rio Grande do Norte, ficando apenas com duas sondas em operação, uma na Bahia e outra no Amazonas. Das 18 sondas, a empresa ficará com apenas duas em atividade.
A Petrobrás já havia dado inicio à paralisação dos seus campos terrestres de petróleo com a parada do Campo de Dom João, na UO-BA e a direção do Sindipetro vem alertando há algum tempo sobre a intenção da atual gestão da estatal de paralisar a maior parte das suas sondas e campos terrestres até o final desse ano. “Infelizmente, essa medida absurda deve ser ampliada atingindo outras empresas como a Perbrás, Conterp e EBS, reduzindo drasticamente a frota de sondas terrestres para algo em torno de um terço das que estão em operação”, denuncia o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, lamentando ainda o fato de, em nenhum momento, a direção da Petrobrás ter estabelecido diálogo com as prefeituras, os sindicatos ou os governos dos estados que serão atingidos pela medida.
Diante da gravidade da situação, a diretoria do Sindipetro Bahia convocou uma reunião extraordinária que aconteceu na manhã dessa sexta-feira (15), onde o assunto foi discutido e foram tirados diversos encaminhamentos. Desde o mês de março, quando o assunto da paralisação das atividades nos campos terrestres da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Norte do Espírito Santo, veio a público, a FUP e os Sindipetros vêm tomando uma série de medidas políticas, sindicais e jurídicas para tentar reverter esse quadro.
Na Bahia, o sindicato procurou os prefeitos e prefeitas dos municípios produtores de petróleo e também parlamentares de diversos partidos (senadores deputados federais e estaduais e vereadores). Após realizações de reuniões virtuais foram criadas várias frentes de luta que já estão sendo colocadas em prática pelo sindicato, prefeitos e parlamentares. A partir da solicitação do Sindipetro, o deputado federal Joseildo Ramos (PT) deu entrada na Justiça Federal da Bahia (3ª Vara Cível da Seção Judiciária da Bahia) com pedido de liminar para suspender a hibernação dos campos terrestres de petróleo e gás natural no estado. As assessorias jurídicas dos Sindipetros da Bahia e Sergipe também estão entrando com ação na justiça contra a medida da Petrobrás.
A estratégia do Sindipetro passa também pela divulgação na grande imprensa sobre a medida da Petrobrás e os impactos econômicos e sociais para os trabalhadores, o estado da Bahia e diversos municípios, a exemplo de Alagoinhas, Catu, Entre Rios, Cardeal da Silva e Araças. “A sociedade precisa estar ciente sobre o que está acontecendo, pois estamos falando da maior empresa do Brasil e, que agora, em plena pandemia da covid-19, em vez de ajudar, aprofunda a crise no país paralisando atividades e demitindo centenas de pais e mães de família, além de causar grande prejuízo aos municípios produtores de petróleo e aos estados, que vão sofrer com a perda de arrecadação”, afirma o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista.
Radiovaldo Costa lamenta a decisão da atual gestão da Petrobrás, a qual chama de irresponsável e absurda. “Só o município de Alagoinhas, onde fica localizada a sede da Braserv, vai perder R$ 6 milhões por ano de arrecadação”, denuncia o sindicalista lembrando ainda que o negócio do petróleo funciona em cadeia gerando serviços em seu entorno. “Com a paralisação das sondas e as demissões, os trabalhadores que antes gastavam seu dinheiro no comércio dessas cidades não vão mais poder fazer isso, desta forma, os pequenos comerciantes também vão sentir o baque”.
A direção dos Sindipetros da Bahia e de Sergipe, assim como a da FUP, repudiam a decisão autoritária e inconsequente da atual gestão da Petrobrás que segue a linha do governo Bolsonaro, deixando a cada dia mais claro que a intenção nunca foi construir, mas sim a de destruir a Petrobrás e a nação brasileira.
Fonte -Sindipetro Bahia
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