Petrobrás 70 anos: muitos motivos para comemorar
outubro 6, 2023 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Na Bahia, estado onde o petróleo foi descoberto e a Petrobrás nasceu, a estatal foi festejada e ganhou bolo de aniversário em comemoração aos seus 70 anos. A festa aconteceu em Salvador, na manhã desta sexta-feira (6), em frente ao emblemático edifício Torre Pituba, que após ter sido fechado no governo Bolsonaro, foi reaberto pelo governo Lula e está sendo novamente ocupado pelos petroleiros e petroleiras, que, pouco a pouco, começam a retornar à Bahia.
A atividade organizada pelo Sindipetro-Bahia, com apoio da Astape, Aepet, Abraspet, Cepe’s, FUP e FNP, refletiu a união dos petroleiros e petroleiras em torno dos mesmos interesses: a reconstrução da Petrobrás, a garantia da soberania nacional, a recuperação dos direitos da categoria e o fim dos equacionamentos da Petros.
Com a participação de inúmeros sindicatos, movimentos sociais e da juventude, o ato também foi palco de protestos em defesa das empresas estatais, entre elas a Bahiagás (que corre risco de ser privatizada), os Correios, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Os movimentos que compõem a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia entoaram palavras de ordem reivindicando a reestatização da Eletrobrás. Representantes do Sindipetro Espírito Santo e do Sindipetro Litoral Paulista também compareceram ao evento, que foi animado pelo som da banda Yaya Muxima, composta somente por mulheres.
“Nestes 70 anos da Petrobrás temos motivos de sobra para comemorar”, enfatizou o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar. “Comemoramos a volta dos petroleiros e petroleiras e dos investimentos da Petrobrás à Bahia, comemoramos a volta do diálogo e da abertura do Torre Pituba (que ficou fechado durante quatro anos e os trabalhadores foram transferidos para outros estados de forma compulsória). Mas também temos ainda muito a avançar para que possamos ter a nossa Petrobrás integrada e nacional de volta”. Para Deyvid é preciso intensificar a luta pela reestatização e incorporação das unidades da empresa que foram vendidas.
O mesmo pensamento foi exposto pela coordenadora do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento, que elencou várias frentes de luta que são prioridades da entidade sindical, como a luta pela reestatização da RLAM e Terminais, pela volta da Fafen para a Petrobrás e pela incorporação da PBIO e da Termobahia à Petrobrás.
A coordenadora fez um resgate histórico da trajetória da estatal e dos ataques e desafios vividos pela empresa e pela categoria petroleira, afirmando que a entidade sindical estará sempre nas ruas empunhando a bandeira em defesa da soberania nacional e pelos preços justos dos combustíveis.
O coordenador da FNP, Adaedson Costa, falou da necessidade de avançar com união, ressaltando o papel dos aposentados “que construíram essa história (a da Petrobrás) e dos trabalhadores da ativa que continuam a construí-la”. Adaedson também falou da importância da organização da categoria petroleira e das lutas que ainda devem ser travadas, como a luta pelo fim do equacionamento.
O diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, falou sobre a situação dos petroleiros e petroleiras que “ainda estão sofrendo em outros estados e querem voltar para a Bahia”. O sindicalista também mandou um recado para o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates: “A Petrobrás está fazendo aniversário, mas o presente deve ser dado para aqueles que construíram essa grande empresa, que são os aposentados e os trabalhadores da ativa. Nossos presentes são o fim do equacionamento, a volta da AMS 70×30, a reestatização da RLAM e incorporação e volta das demais unidades do Sistema Petrobrás”.
Com a palavra, a categoria
Em 70 anos, é possível observar o intercâmbio de gerações entre os petroleiros e as petroleiras baianas. O sentimento de pertencimento dos que contribuíram para a construção da estatal é compartilhado pelos novos trabalhadores, que desejam longa vida e expansão da empresa. Um exemplo disso é Sinésio Cardoso, que ingressou na Petrobras em 1972 e se orgulha de fazer parte dos 70 anos da empresa. Sendo um “pré-70”, ele considera que ser petroleiro só lhe trouxe coisas boas. “Sempre trabalhei para desenvolver a empresa, com dedicação e sem faltas, construindo o que ela é hoje”.
Sinésio Cardoso
O pensamento de Sinésio coincide com o de Antônio Marcos dos Reis, que começou como terceirizado na Petrobras, mas encontrou sua vocação como petroleiro e decidiu se tornar um funcionário para contribuir com o desenvolvimento de uma empresa que reflete o Brasil. Ele prestou concurso em 2018 e hoje se sente realizado profissionalmente. “Minha expectativa é que a Petrobras consiga fazer a transição energética e cresça até ser reconhecida como uma das maiores empresas do mundo”. O orgulho em ser petroleiro é algo compartilhado não apenas pelos trabalhadores.
Antônio Marcos dos Reis
Na família da administradora Daniela Andrade, por exemplo, a paixão pelo que a companhia representa chegou até sua filha, a pequena Giovana, de 9 anos. “Eu digo que você pode até falar mal da Petrobras para mim, mas para minha filha e meus pais, jamais. Eles sempre irão defender a Petrobras para todos, pois sabemos da importância dessa empresa para o desenvolvimento do país”, comenta Daniela.
Daniela Andrade
Presenças
O ato pelos 70 anos da Petrobrás contou com as presenças de representantes da CUT, CTB, do Sindiquímica, Sinditcc, Sitticcan, da Central de Movimentos Populares (CMP), Sincotelba, MAB, MPA, Sinergia, MNU e dos ex empregados da BR Distribuidora e Liquigás, que lutam pela reestatização e incorporação às empresas. Também esteve presente o vereador de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB). Além de aposentados e pensionistas petroleiros das cidades de Feira de Santana, Entre Rios, Alagoinhas, Santo Amaro, Serrinha, Candeias, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Salvador, Catu, mata de São João e São Sebastião do Passé.
Escrito por Imprensa Sindipetro Bahia
Tags: 70 anos da Petrobrás, defesa da soberania nacional, Federação Única dos Petroleiros, Petrobras para o Brasil, Petrobras70