Greve de 1995

Em 1995, começando no mês de maio, a categoria manteve uma greve por 32 dias para pressionar a Petrobrás a repor as perdas salariais, que já chegavam a 100%. A luta foi também pelo cumprimento de termos de acordos que haviam sido assinados com a FUP no antigo governo de Itamar Franco e com o presidente da Petrobrás na época, Joel Rennó. E ainda contra ainda a redução de direitos e o arrocho salarial, durante o governo neoliberal de FHC. 

A greve que foi a mais longa da história do movimento sindical petroleiro, começou, no dia 03 de maio, de forma unificada, pois os ataques do governo atingiam todo o funcionalismo público, como os eletricitários, telefônicos, trabalhadores dos Correios e os servidores federais. O movimento paredista também foi contra a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações.  No entanto, não demorou muito para que as outras categorias retornassem ao trabalho e os petroleiros seguiram sustentando a greve sozinhos. 

Apesar da legitimidade das reivindicações da categoria, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou a greve abusiva em seu sétimo dia. Mas o movimento paredista continuou. Em 11 de maio saiu a primeira lista de demitidos com 25 nomes. No dia 24, o Exército ocupou as refinarias de Paraná (REPAR), Paulínia (REPLAN), Mauá (RECAP) e São José dos Campos (REVAP). No dia seguinte, os petroleiros receberam seus contracheques zerados. O movimento ganhou o apoio de centenas de sindicatos, estudantes, parlamentares, organizações civis nacionais e estrangeiras. 

O TST julgou. mais uma vez, a greve abusiva no dia 26 de maio e impõs multas milionárias à FUP e aos sindicatos: R$ 100 mil por cada dia não trabalhado. Mesmo com o fim da greve, os sindicatos e a FUP tiveram suas contas bloqueadas, o repasse das mensalidades dos associados retido e os bens penhorados. Cada um dos 20 sindicatos que participaram do movimento recebeu multas de R$ 2,1 milhões. Ao todo, 73 trabalhadores foram demitidos, entre eles vários dirigentes sindicais. Mais de mil petroleiros foram punidos, a maioria com suspensões de até 29 dias.