Greve 1983
Em 07 de julho de 1983, em plena ditadura militar, durante o governo do general João Batista Figueiredo, os petroleiros cruzaram os braços contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), o arrocho salarial, a manipulação do INPC e o Decreto-lei nº 2.025, que extinguia direitos dos empregados das empresas estatais. Desafiando a Lei de Segurança Nacional, os petroleiros pararam a produção na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe (BA) e na Refinaria Planalto (REPLAN), em Campinas (SP). A repressão veio com força total, mas eles não se intimidaram.
Mas apesar da luta e coragem da categoria, as reivindicações não foram atendidas e houve intervenção do governo nos sindicatos dos petroleiros, além de demissões – 153 em Paulínia e 205 em Mataripe. Porém, a greve foi importante pela semente plantada, que germinou mais tarde em forma de conquistas de vários direitos para a categoria.
O movimento impulsionou também a primeira greve geral da ditadura militar, no dia 21 de julho. No dia 28 de agosto deste mesmo ano, os trabalhadores criavam a Central Única dos Trabalhadores, dando início a um novo sindicalismo, mais combativo e focado na organização das bases e na construção da intervenção operária nos locais de trabalho, tendo como um dos seus grandes expoentes, Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a ser presidente do Brasil por três mandatos.