O primeiro Campo comercial de petróleo do Brasil e o sonho da independência econômica e da soberania nacional
julho 31, 2019 | Categoria: Notícia
Comercialmente, o “ouro negro” jorrou em 13 de dezembro de 1941, quando foi perfurado o poço Candeias 1 (C-1), localizado no município de Candeias, a 50 km de Salvador.
Na época, a região era coberta de mato alto e de extensas áreas de mangue. A sonda de perfuração era transportada em carros de boi e, com muita dificuldade, os trabalhadores abriam a mata à facão para chegar ao local onde as sondas seriam instaladas.
A partir da descoberta e do desenvolvimento do Campo de Candeias, surgiu a necessidade de construção de uma refinaria. Foi assim que em 1950 surgiu a primeira refinaria de petróleo da Petrobrás, a Refinaria Landulpho Alves, localizada no município de São Francisco do Conde, cidade vizinha de Candeias.
O surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobras. Até 1965, a Bahia foi o único estado nacional a produzir petróleo.
É importante ressaltar que o estabelecimento do monopólio e a própria criação da estatal vieram juntos com uma forte campanha popular denominada o “Petróleo é Nosso”, que teve muita força em todo o Brasil, e principalmente na Bahia.
Considerado o marco do desenvolvimento da cadeia produtiva do setor petróleo no Brasil, o poço Candeias 1, após 78 anos, continua produzindo.
Na Bahia nasceu um sonho. O sonho do povo brasileiro de ter uma empresa que tivesse capacidade de se estabelecer em áreas estratégicas e tecnológicas, como a extração, produção e refino de petróleo. Com o nascimento da Petrobrás, o Brasil proclamava sua independência econômica.
Hoje, infelizmente, o país se coloca na contramão da história. Em marcha à ré e em grande velocidade, o governo de extrema direita de Bolsonaro entrega as riquezas naturais do Brasil ao capital estrangeiro, destruindo a Petrobrás e a soberania nacional.
Entreguista, o governo quer vender o Campo de Candeias, entre outros campos que ficam no seu entorno, de grande importância histórica, assim como já colocou à venda outros 27 campos terrestres de petróleo no Espírito Santo e 22 na Bahia. Além de oito refinarias, da Transpetro, termoelétricas, da BR Distribuidora (que já foi vendida) e do fechamento das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe.
A partir do registro da importância do poço Candeias 1, que marca o inicio, não só da construção do Sistema Petrobrás, mas da história de luta de uma categoria que se confunde com a própria história da luta pelo descobrimento e produção de petróleo no Brasil, é que convocamos os petroleiros e petroleiras a honrar a memória daqueles que, mesmo nas piores condições de trabalho, plantaram em terras brasileiras o sonho da soberania nacional.
Para o diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, “os verdadeiros patriotas são aqueles que realmente defendem o Brasil, que lutam para preservar sua riqueza natural e sua autonomia. Por isso, mais uma vez, a categoria petroleira, tem que assumir a linha de frente nessa luta em prol da soberania nacional e do Sistema Petrobrás, que sempre foi motivo de orgulho e sinônimo de desenvolvimento do Brasil. A Petrobrás é muito mais do que esse governo que não tem compromisso com o povo e nem com o nosso pais” .
Esta é uma homenagem do Sindipetro Bahia aos pioneiros da descoberta do petróleo no Brasil e aqueles que saíram em defesa de um Brasil justo e soberano.
Assista ao vídeo do diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa e saiba mais sobre a história do Poço Candeias 1 e da contribuição da categoria petroleira para garantir a soberania do Brasil
Fonte – Sindipetro Bahia
(foto da capa – acervo Petrobras)