Negociação – FUP e Sindipetro Bahia insistem em postergação da parada de manutenção da RLAM
abril 19, 2021 | Categoria: Notícia
Na primeira reunião de negociação, após suspensão temporária da greve da categoria, foram discutidas questões relacionadas à parada de manutenção da Refinaria Landulpho Alves (RLAM).
A reunião com o RH nacional da Petrobrás aconteceu na tarde da sexta-feira (16) depois de ter sido suspensa no dia 15/04, após divergências entre a Petrobrás, a FUP e o Sindipetro Bahia em relação à participação do diretor do Sindipetro PR/SC na reunião, vetada pela estatal.
A pauta principal levada pela FUP e Sindipetro Bahia foi a suspensão da parada de manutenção da RLAM. O Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, pediu bom senso dos gestores da Petrobrás na discussão da postergação da parada de manutenção da refinaria devido ao momento atípico, em que a pandemia está mostrando a sua condição mortal”.
Os gestores de SMS afirmaram que, devido aos desgastes nos equipamentos, não seria possível voltar atrás nas paradas de manutenção das unidades 32, 37 e 38, mas, atendendo à reivindicação da FUP e Sindipetro, vão analisar a possibilidade de postergar parte da parada de manutenção da Unidade 80.
O Coordenador da FUP ponderou que as entidades não podem emitir opinião sobre isso antes de analisar documentos específicos relacionados à parada de manutenção da refinaria, cujo acesso foi solicitado à Petrobras via ofício enviado à estatal pelo Sindipetro. Os gestores concordaram em disponibilizar os documentos em dia e hora que serão marcados posteriormente.
Também houve concordância na realização de uma reunião exclusiva para discutir os documentos em questão. O RH da Petrobrás vai analisar ainda, a pedido da FUP e Sindipetro, a possibilidade do SMS das entidades sindicais participarem de uma vistoria sanitária na RLAM, como foi feito na REGAP e RPBC.
O Sindipetro salientou que a denúncia que a entidade sindical fez ao Ministério Público do Trabalho (MPT) ao Centro Estadual de Referência me Saúde do Trabalhador (Cesat) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) em relação à parada de manutenção da refinaria, ocorreu por conta da dificuldade que estava tendo em negociar com a RLAM.
Acompanhe mais detalhes sobre a reunião
Como forma de mitigar os prejuízos à saúde devido à pandemia, os gestores de SMS informaram que dilataram em 15 dias o prazo para a realização da parada e reduziram a mão de obra de cerca de 3.330 pessoas para 1.700 contratados.
O coordenador da FUP deixou claro que acredita na boa intenção dos gestores de SMS da refinaria, que na reunião apresentaram o protocolo de combate ao Covid-19, que está sendo implantado durante a parada, explicitando os cuidados que estavam sendo tomados para evitar a contaminação pelo vírus, como a implantação de três refeitórios, horários distintos para entrada no trabalho, higienização e manutenção da distância entre as pessoas. “O plano, apesar de algumas lacunas que vamos apontar, é bom, mas as imagens de aglomeração nas áreas da RLAM, divulgadas na semana passada pelo Sindipetro, mostram que a prática é bem diferente da teoria”, afirmou Deyvid.
Ele citou o caso dos ônibus que transportam os terceirizados. “Eu entrei nesses ônibus. Eles estão circulando cheios de gente, não há alternância entre as cadeiras como determina o plano da RLAM. Também há problemas de aglomeração na entrada dos refeitórios, vestiários e no relógio de ponto. Além da falta de equipamentos para limpeza. Recebemos a denúncia de que o mesmo Mop (utensílio usado para lavar, desempoeirar ou secar pavimentos e pisos) usado para limpar o banheiro é utilizado nos vestiários e salas”.
O médico do trabalho, Dr. Ricardo Duarte, ressaltou que nem todas as máscaras PFF2 são adequadas para a proteção contra o vírus da Covid-19. “As que vêm com válvula, por exemplo, são inadequadas. Só devem ser usadas as máscaras que vêm marcadas para uso “saúde” e hospitalar”. A gerência informou que não irá mais comprar máscaras com válvulas. O médico também criticou a periodicidade da testagem, que “deve ser feita a cada três dias (utilizando o teste de antígeno), e não há cada 10 dias como a RLAM vem fazendo”. Ele também lembrou que para o teste RT- PCR, a frequência deve ser pelo menos semanal. “No caso de paradas deveriam ser realizadas em menor espaço de tempo. Assim como vemos em locais cuja aglomeração, infelizmente, foi permitida como no futebol profissional”. Dr. Duarte frisou ainda a necessidade da utilização do teste padrão ouro (RT-PCR) “para não correr risco de contaminação gigantesca”.
O diretor da FUP, Antônio Raimundo, convidado pelo Sindipetro Bahia para participar da negociação como assessor técnico, citou a portaria da Secretaria de Previdência e Trabalho que possibilita a postergação da parada por mais tempo, em situações de emergência de saúde pública como a que estamos vivendo. Ele citou ainda as possibilidades de adiamento dessas paradas previstas na NR-13.
“Essas variáveis que estão fora do controle de quem planeja é que são os grandes riscos, lembrou o assessor jurídico do Sindipetro, Clériston Bulhões, que também apontou como gravíssima a situação de trabalhadores da empresa Petromadre que estariam trabalhando na parada sem a carteira assinada. Os gestores garantiram que essa questão está sendo verificada e que a contratada não irá receber pagamento se a sua situação não estiver regularizada.
Deyvid também falou da necessidade de acompanhamento das pessoas que passaram pela doença. “Mais de 30 trabalhadores procuraram o sindicato relatando sequelas após a contaminação com a Covid-19. As empresas precisam emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) nesses casos e se responsabilizarem pelo tratamento posterior à doença”.
O coordenador da FUP também criticou a postura do GG da RLAM, que “no lugar de se preocupar com o que realmente interessa (a saúde e proteção dos trabalhadores), fica andando pelas áreas da RLAM atrás de tábua que está no chão e caixa de ferramenta desarrumada, como nos foi reportado através de denúncias de trabalhadores”.
Clique aqui para ler o ofício enviado pelo Sindipetro Bahia à Petrobrás
Fonte- Imprensa Sindipetro Bahia
Tags: Cesat, Deyvid Bacelar, FUP, petrobras, REGAP, RLAM, RPBC