Na ponga do corona, a Petrobras vai se saindo do petróleo na Bahia
abril 29, 2020 | Categoria: Notícia
Na ponga da pandemia do corona e da vertiginosa queda no preço do barril do petróleo, a Petrobras paralisou a produção de petróleo nos campos de Candeias, Rio Pojuca (Pojuca), Água Grande, em Catu, e Dom João, em São Francisco do Conde.
Deu prazo de um mês, um mês e meio para avaliar uma expectativa de retomada. Até lá, o pessoal concursado relocou-se para algumas refinarias, como a RLAM. O terceirizado, mais de mil pessoas, está no gatilho para a demissão.
O cenário aí, segundo Radiovaldo Costa, diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), pode significar o fim da exploração do petróleo nos chamados campos maduros, o que já era uma intenção ganhou um álibi.
Produção — Segundo Radiovaldo, a conclusão é lógica:
– Esses quatro campos desativados respondem por 35% da produção baiana. Com eles fora, a produção cai de 32 mil barris por dia para 18 mil ou 20 mil no máximo. Vão dizer que não justifica manter a estrutura que tem para isso.
Nos 11 municípios baianos que exploram petróleo trabalham cinco mil pessoas, 900 concursados da Petrobras, os demais terceirizados. Segundo Radiovaldo, o prejuízo é geral:
– Só Alagoinhas vai perder aí de ISS e royalties algo em torno de R$ 11 milhões.
E o barco navega por aí. Semana passada a Petrobras comunicou por e-mail às empresas Braserv, de Alagoinhas, e Ferbra, de Catu, para parar de operar as sondas. Só aí, 350 desempregados.
Corona pela porta da frente
Veja só essa história, contada pela Secretaria de Saúde de Camamu, sobre o primeiro caso de Covid no município: trata-se de uma idosa, com problemas cardíacos, que deu entrada no Hospital Municipal de Camamu dia 1º de abril, dia 4 foi transferida para o Hospital de Base, em Itabuna, ficou lá 14 dias, até o dia 19. Ontem, a família foi notificada que o exame dela para a Covid testou positivo.
Levou do hospital para Camamu? É o que parece.
Máscara para todos, a pauta
A mesa da Assembleia reuniu-se ontem à tarde, por via remota, é óbvio, e aprovou 26 indicações e uma moção, todas relacionadas com a Covid-19.
Mas a pauta que promete mexer com a rotina dos baianos é a de hoje. Na sessão que começa às 9h, os deputados vão apreciar o projeto dos colegas Ivana Bastos (PSD) e Fabrício Falcão (PCdoB) que impõe a obrigação do uso da máscara em todo o estado. Só falta ajustar a forma de punir os rebeldes.
Major Denice, festa remota
Conforme o previsto, a major Denice, da PM, foi consagrada domingo, em reunião virtual do PT, como pré-candidata a prefeita de Salvador. Teve 32 votos dos 46 delegados.
Aliados de Juca Ferreira, que manteve a candidatura até o fim criticando abertamente a opção do partido de ‘importar candidato’, ainda resmungam.
Dizem que a trajetória de Denice no PT é mesmo única: caiu de cima para baixo e foi consagrada por via remota.
Ilhéus, onde a Covid anda rápido e preocupa muito
Mário Alexandre (PSD), o Marão, prefeito de Ilhéus, baixou decreto obrigando toda a população a usar máscara. Quem não obedecer será levado para delegacia por desobediência civil. É mais uma tentativa de frear a velocidade de expansão do corona, a 23%, mais que o dobro de Salvador, sete vezes mais que Feira de Santana.
Numa videoconferência com o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, Marão pede ajuda da PM. E diagnostica:
– Nosso problema é o povo, que não obedece.
Lá em Ilhéus, dizem, Marão não é o problema, mas é um dos, ninguém o leva a sério. Dizem que a Covid entrou em Ilhéus pelo famoso casamento de Itacaré. A questão: funcionários do Resort da festa eram ilheenses.
REGISTROS
Fonte: Jornal A Tarde – Coluna de Levi Vasconcelos – com participação do diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa
Tag: fechamento de campos terrestres, hibernação, Radiovaldo Costa, saída da Petrobrás da Bahia