Julho das Pretas terá programação extensa e Marcha das Mulheres Negras, em Salvador
julho 20, 2022 | Categoria: Notícia
A caminhada acontece no dia 25 de julho, com concentração às 14h, na Praça da Piedade
A 10º edição do Julho das Pretas é dedicada aos temas da participação política e projeto político das mulheres negras e conta com uma vasta programação. De acordo com divulgação feita pelo Instituto Odara, serão realizadas 427 atividades por mais de 200 organizações de mulheres negras em 18 estados brasileiros, além de uma atividade em Paris, na França.
Na Bahia, também acontece atividades diversas como palestras e rodas de conversas, organizadas por movimentos, associações e coletivos. Para saber a programação completa acesse o site https://institutoodara.org.br/esta-no-ar-a-agenda-de-atividades-da-10a-edicao-do-julho-das-pretas-mulheres-negras-no-poder-construindo-o-bem-viver/.
Em Salvador, no dia 25 de Julho (segunda-feira), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, acontece a Marcha das Mulheres Negras no Poder, Construindo o Bem Viver, com concentração a partir das 14h, na Praça da Piedade.
Mulheres negras no poder, construindo o bem viver!
O Brasil é negro, declarou a cantora Elza Soares em uma entrevista no ano de 2017. Sim, o Brasil é negro, como negros são a maioria dos seus habitantes – 56% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, principalmente, o Brasil é composto por mulheres pretas, muitas responsáveis por levar o sustento para a casa, apesar dos salários baixos. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) elas recebem 43% dos salários dos homens brancos.
As mulheres negras também são as maiores vítimas de violência obstétrica, abuso sexual e homicídio, de acordo com o Mapa da Violência.
Quem é mulher e preta sabe que a dor, o desrespeito, a insegurança e a desigualdade têm cor neste país. E foi para lutar contra essas e tantas outras injustiças que há 30 anos foi organizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana, com o objetivo de debater formas de combate ao racismo e ao machismo existentes na sociedade.
Foi desse encontro que surgiu o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, lembrado em 25 de julho e oficializado pela ONU ainda em 1992.
Em 2014, a ex-presidenta Dilma Rousseff fez da data celebração nacional. Desde então, no Brasil, 25 de julho é também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Tereza foi rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso. Durante sua liderança, criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas.
O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho. A população na época era de 79 negros e 30 índios.
Portanto, no 25 de julho comemoramos o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.
A data tem como objetivo reafirmar e fortalecer a luta da mulher negra contra o machismo, o sexismo e o racismo.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia (com informações do Instituto Odara)