Greve no Sistema Petrobrás cobra respeito da gestão da empresa aos Fóruns de Negociação
março 28, 2025 | Categoria: Notícia
Em uma greve de advertência de 24 horas, ocorrida nesta quarta-feira (26), petroleiros e petroleiras de todo o Brasil paralisaram suas atividades para protestar contra a intransigência negocial da Petrobrás. A empresa tem dificultado as negociações, tentando ainda retirar direitos já conquistados e acordados com a categoria. Na Bahia, houve ato político em três unidades: Taquipe, em São Sebastião do Passé; Transpetro, em Madre de Deus; e no Torre Pituba, em Salvador.
Nas três localidades, petroleiros e petroleiras criticaram a postura da Petrobrás, apontando ainda estranhamento pela aparente falta de alinhamento entre a sua gestão e o governo progressista que a nomeou. “Não existe negociação com uma empresa quando ela simplesmente informa a proposta e diz que, assim que acabar a reunião, vai lançar um documento e exigir a sua assinatura, já com um prazo definido, pressionando e ameaçando o trabalhador e a trabalhadora”, denuncia a coordenadora geral do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento. “Nosso receio é que essa intransigência reverbere para outras negociações. Não vamos permitir”, alerta.
Em seu discurso na base de Taquipe, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, fez um balanço nacional da greve, apontando as principais pautas do movimento. “Essa greve de advertência começa forte, não somente aqui na Bahia como em todo o Brasil. Exigimos que a gestão da Petrobrás reabra a mesa de negociação para que nós avancemos nas negociações com relação ao teletrabalho, à PLR, ao efetivo que está bastante reduzido e precisamos ter o cadastro de reserva zerado do último concurso, e também dos planos de equacionamentos, em que precisamos de uma solução definitiva pra isso”, resume.
No Torre Pituba, edifício-sede da Petrobrás na Bahia, o tema preponderante foi a tentativa da empresa de aumentar, de maneira unilateral, o número de dias presenciais no regime de teletrabalho. “O teletrabalho melhora a qualidade de vida de muita gente, é preciso compreender que nesse mundo moderno o teletrabalho chegou para ficar. Precisamos também discutir a vida além do trabalho. Temos unidades aqui na Bahia que, para chegar lá, leva mais de duas horas”, afirma o diretor do Sindipetro e vice-presidente da CUT Bahia, Luciomar Machado. “Nós, a força do trabalho, é que geramos riqueza e o desenvolvimento do nosso país. Juntos somos mais fortes!”, finalizou.
No Brasil, adesão à greve foi expressiva
[Com informações da FUP]
De norte a sul do país, a categoria petroleira aderiu à greve de 24 horas nas unidades do Sistema Petrobrás, mandando um contundente recado à gestão da empresa: não toleramos medidas autoritárias, nem ataques aos nossos direitos
Nas bases da FUP, houve corte de rendição dos turnos na Refinaria Abreu e Lima (PE), na Lubnor (CE), na Replan (SP), na Recap (SP), na Reduc (Caxias/RJ), na Regap (MG), na Refap (RS), na Repar (PR), na UTGC de Linhares (ES), na área de produção de Taquipe (BA) e nas UTEs de Três Lagoas (MS), Ibirité (MG), Termorio (Caxias/RJ). Houve também atrasos na Nesix (PR), na Fafen de Araucária (PR) e na Usina da PBio de Montes Claros, em Minas Gerais.
Os trabalhadores da Transpetro também aderiram à greve nas bases da FUP, interrompendo a troca de turno no Terminal de Coari (AM), no Terminal Barueri (SP), no Terminal de Suape (PE), no Terminal de Campos Elíseos (Caxias/RJ) e no Terminal Madre de Deus (BA). Nos terminais da Transpetro do Rio Grande do Sul (Tedut, Terig e Tenit), do Paraná (Tepar) e de Santa Catarina (Tefran, Temirim, Teguaçu e Tejaí), os trabalhadores fizeram atrasos.
Nas unidades administrativas da Petrobrás representadas pela FUP, houve atos com adesão à greve nos escritórios de Imbetiba e Parque de Tubos (NF), no Edivit (ES), no Torre Pituba (BA), no Edisp (SP), no Esbras (DF) e no Edirn (RN). Para os petroleiros em teletrabalho, a orientação foi que ninguém acessasse os computadores ou dispositivos móveis, nem atendessem às solicitações da empresa.
Nas plataformas do Espírito Santo, os trabalhadores estão sem emitir Permissões de Trabalho e, na Bacia de Campos, a categoria aprovou um manifesto por respeito às negociações e em defesa de reivindicações relacionadas aos trabalhadores offshore.