Greve de 1983 – Evento político destaca importância de manter viva a memória e a história da categoria petroleira
julho 12, 2023 | Categoria: Banner Principal, Notícia
A noite do último dia 11 de julho foi de festa, confraternização e de nostalgia, bem diferente de 40 anos atrás, quando nesta mesma data centenas de petroleiros foram demitidos e perseguidos pela ditadura militar. O ano era o de 1983 e a categoria, devido à repressão, foi obrigada a encerrar uma greve que parou a produção da Refinaria Landulpho Alves e entrou para a história do movimento sindical brasileiro.
O movimento que ficou conhecido como a Greve de 1983, foi rememorado na noite da terça-feira (11), na Subsede da Cultura e Cidadania do Sindipetro Bahia, com a presença de muitos dos grevistas de 83, de representantes de sindicatos, movimentos sociais e da juventude.
A coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, agradeceu aos companheiros e companheiras de 83 “pelo espirito de luta e resistência, que acabou por moldar a categoria petroleira”. A presidenta da CUT Bahia, Leninha, ressaltou que os petroleiros fizeram a luta além da pauta econômica, “uma luta pelo país”.
A vereadora de Salvador, Marta Rodrigues (PT) falou da importância de manter viva a memória e a história, lembrando que a luta pela anistia dos petroleiros grevistas de 1983 ainda está inacabada, pois nem todos conseguiram a reparação econômica.
O presidente da Aepet, Marcos André, enfatizou a determinação dos petroleiros de 83 “que tiveram coragem quando tudo era mais difícil, quando suas vidas estavam em jogo”, invocando a categoria a também ter coragem nos dias de hoje. Para o presidente do Cepe Salvador, Dejair Santana, a luta dos petroleiros acabou por fortalecer também a Petrobrás.
O diretor da Astape, Valdemar Gabriel, fez um retrospecto ainda maior da história, mostrando que a categoria petroleira nunca fugiu à luta. Já o vice-presidente da Abraspet, Jorge Cerqueira, salientou a abrangência da greve de 1983, que foi essencialmente política, e defendia também a autonomia do país e a Petrobrás.
O coordenador de articulação social da Secretaria de Relações Institucionais do governo do estado da Bahia, Ademar Lopes, que foi ao evento representando o governador Jerônimo Rodrigues, falou da importância do movimento sindical, que apesar dos ataques que sofreu nos últimos quatro anos, contribuiu muito para resgatar o Brasil do fascismo, defender a democracia e a Petrobrás.
Germino Borges, petroleiro aposentado e que na época da greve de 83 era o presidente do Sindipetro Bahia, fez um resgate da história, mostrando os bastidores da greve, as perseguições sofridas pelos grevistas e a intervenção do governo militar no sindicato. Ele falou também das demissões – 198 em Mataripe (Bahia) e 152 em Paulínia, em Campinas (São Paulo) – e da luta pela anistia, pela reintegração à Petrobrás e pela reparação econômica, destacando os frutos da greve, que contribuiu com o processo de redemocratização do Brasil, impulsionando a primeira greve geral da ditadura militar, no dia 21 de julho e a criação da Central Única dos Trabalhadores, no dia 28 de agosto do mesmo ano.
O Sindipetro Bahia entregou a Germino Borges e a Elísio Santana, que na época eram presidente e vice-presidente da entidade sindical, respectivamente, duas placas de reconhecimento à luta de todos os grevistas de 1983. A mesma homenagem foi prestada à Abraspet,
O evento teve ainda uma palestra sobre “ A responsabilidade da Petrobrás por Violações de Direitos durante a Ditadura”, ministrada pelos professores e pesquisadores Carlos Eduardo Freitas UFBA/UNEB) e Alex de Souza Ivo (IFBA).
Clique aqui para assistir ao vídeo-documentário narrado pelos próprios demitidos da greve, onde eles contam as suas histórias de luta, de sofrimento e de superação.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia
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