Greve de 1983 dos petroleiros completa 39 anos
julho 7, 2022 | Categoria: Notícia
Movimento parou produção na RLAM e REPLAN e foi um marco na história da categoria
Em 07 de julho de 1983, em plena ditadura militar, os petroleiros deram início a um movimento grevista que entrou para a história do movimento sindical, levando ao fortalecimento e organização dos petroleiros como uma grande categoria.
Nesta época, durante o governo do general João Batista Figueiredo, os petroleiros cruzaram os braços contra o FMI, o arrocho salarial, a manipulação do INPC e o Decreto-lei nº 2.025, que extinguia todos os benefícios dos empregados das empresas estatais.
Desafiando a Lei de Segurança Nacional, os petroleiros pararam a produção na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe (BA) e na Refinaria Planalto (REPLAN), em Campinas (SP). A repressão veio com força total, mas eles não se intimidaram.
Mas apesar da luta e coragem da categoria, as reivindicações não foram atendidas e houve intervenção do governo nos sindicatos dos petroleiros, além de demissões – 153 em Paulínia e 205 em Mataripe.
Porém, a greve foi importante pela semente plantada, que germinou mais tarde em forma de conquistas de vários direitos para a categoria.
O movimento impulsionou também a primeira greve geral da ditadura militar, no dia 21 de julho e no dia 28 de agosto deste mesmo ano, os trabalhadores criavam a Central Única dos Trabalhadores, dando início a um novo sindicalismo, mais combativo e focado na organização das bases e na construção da intervenção operária nos locais de trabalho, tendo como um dos seus grandes expoentes, Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a ser presidente do Brasil por dois mandatos e que hoje tenta a reeleição.
Cenário similar
Hoje, os brasileiros vivem situação semelhante à de 1983. Neste ano, como agora em 2022, a inflação fugia do controle e a crise econômica efervescia. Em 1983, o governo baixou decreto para extinguir benefícios dos empregados das estatais. Hoje, categorias como as dos petroleiros, eletricitários e bancários dos bancos públicos, também sofrem perseguição.
Os petroleiros enfrentam o desmonte da Petrobrás como empresa pública e integrada e a gestão da estatal, que apesar dos lucros exorbitantes da Petrobrás, está determinada a retirar os principais direitos da categoria no próximo Acordo Coletivo de Trabalho.
“Mas da greve de 1983 e de outras greves e movimentos também muito importantes, os petroleiros herdaram a bravura e a capacidade de luta e organização. A categoria não vai se dobrar. Continuará defendendo os seus direitos e, para isso, fará tantas greves quantas forem necessárias”, afirma o Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Jairo Batista.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia