FUP e Petrobrás chegam a acordo para cronograma dos Grupos de Trabalho
abril 26, 2023 | Categoria: Notícia
Na tarde da segunda-feira (25/04), aconteceu uma importante reunião entre a representação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a diretoria de Relações Institucionais e o RH da Petrobrás para tratar sobre o calendário de reuniões iniciais para os Grupos de Trabalho (GT´s).
As Comissões de Acompanhamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), SMS e AMS se desdobram em vários GT´s, que começaram a trabalhar nesta semana. A gestão da Petrobrás apresentou uma proposta inicial de calendário para essas reuniões, e a FUP solicitou alguns ajustes. A Federação quer priorizar no calendário os seguintes pontos:
-AMS e PETROS
-Transferências
-SMS e Programa de Saúde Mental
-Diversidade, Combate ao Assédio Sexual e Opressões
-Planejamento Estratégico
Os outros Grupos de Trabalho acontecem na sequência (Teletrabalho, Adicional de Dutos e Terminais, Banco de Horas, Anistia, PLR-PP, Terceirização, PCACxPCR-ANPR, HETT/Tabelas de turno, PCD). Todos serão paritários, contando com a participação de 7 representantes da empresa e sete representantes da FUP. Um dos pontos importantes é que os encontros contarão com a presença de um gerente de linha com autonomia para tomar decisões em relação às demandas apresentadas pela categoria e com integrantes do RH. Uma boa notícia recebida pela FUP na reunião é que as horas extras realizadas em serviço de parada de manutenção serão pagas e não irão mais para o banco de horas, pleito antigo da FUP e da categoria.
Esses grupos deverão encerrar seus trabalhos até o mês de julho, antes do início da campanha reivindicatória do ACT 2023-2025.
Do papel à realidade
Durante a reunião, o gerente geral de saúde ocupacional da gestão anterior, realizou uma apresentação sobre o que está sendo pensado para o programa de saúde mental e bem estar social. A FUP marcou sua posição, que é de extrema preocupação.
O coordenador-geral da federação, Deyvid Bacelar, afirmou: “No papel tudo é bonito, porém o que está acontecendo na vida real é infelizmente um alto número de suicídios e crises psicológicas dentro da empresa, e isso é assustador. Sabemos que desde 2016 o processo de destruição e desmonte da Petrobrás tem dinamitado estruturas internas de promoção de saúde e que a atitude da gestão bolsonarista, de permanente ataque e perseguição aos trabalhadores e trabalhadoras tem gerado uma situação alarmante. Mas a nova gestão precisa entender que esse assunto é gravíssimo e deve ser uma prioridade”.
Segundo informações obtidas pela FUP, entre novembro de 2022 e abril de 2023, ocorreram cinco suicídios, o que representa quase um suicídio por mês dentro da companhia, além de duas tentativas. 90% desses episódios estão relacionados à pessoas que foram transferidas de forma compulsória, sem qualquer diálogo, pela gestão bolsonarista da Petrobrás. Bacelar, afirma: “Os dados são alarmantes, e por esse motivo decidimos colocar esses assuntos como prioridade máxima. A FUP está redobrando os esforços e reafirmando seu compromisso de luta intransigente contra qualquer forma de assédio e perseguição dentro da Petrobrás.”. A FUP já apresentou propostas concretas de caráter emergencial para combater o problema. Veja a seguir:
– Revisão e implantação do programa de saúde mental com envolvimento dos sindicatos, assessorias e da academia;
– Flexibilização do teletrabalho para um total de 8 dias de trabalho presencial por mês, em vez de 2 por semana;
– Reabertura de prédios ou imóveis regionais/estaduais com pessoas em atividades administrativas que podem ser feitas de forma virtual;
– Definição de que os dias de trabalho presencial via coworking possam ser em unidades da Petrobrás mais próximas da antiga residência da pessoa;
– Reabertura de um novo MOBILIZA para identificação de interesses comuns em transferências para locais com vagas disponíveis;
– Liberação de pessoas para transferências para Plataformas;
– Realização de concursos públicos para reposição do efetivo perdido nos últimos 7 anos.
– Dar autonomia à área de Saúde para deliberar sobre flexibilização na organização do trabalho em situações de saúde mental.