Falta de fiscalização da Petrobrás leva ao aumento de calotes e atrasos no pagamento de salários dos terceirizados
julho 9, 2021 | Categoria: Notícia
Os trabalhadores das empresas do setor petróleo que prestam serviços nas unidades do Sistema Petrobrás estão vivendo uma situação sem precedentes devido a problemas na fiscalização que deveria ser feita pela estatal nos contratos das terceirizadas, mas não está sendo realizada de forma correta.
Prova disto são os calotes que muitas destas empresas estão dando nos trabalhadores ao encerrar os contratos e não pagar as verbas rescisórias devidas, como aconteceu com os trabalhadores da empresa Epman que participaram da parada de manutenção da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e ainda lutam para receber salários, FGTS e outros direitos.
Esta mesma empresa, a Epman, ao que tudo indica, ensaia mais um calote. Desta vez, os atingidos são os trabalhadores do contrato de apoio técnico para as atividades de manutenção e inspeção da UN-BA. São cerca de 70 trabalhadores que tiveram a assistência médica suspensa por falta de pagamento e estão sem receber salários e ticket alimentação. Eles estão revoltados e se sentem inseguros, pois não há clareza por parte da empresa ou da Petrobrás sobre o que pode acontecer com eles. Se haverá continuidade deste contrato com a estatal, ou não.
“A falta de empenho da Petrobrás na fiscalização dos contratos vem se traduzindo em prejuízos, não só para estes trabalhadores, mas também para a própria estatal. Nunca vi tamanha inércia e irresponsabilidade”, afirma o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
Só neste ano, além dos trabalhadores da Epman, também sofreram calote os trabalhadores da empresa Onix.
Há outras que, de forma recorrente, atrasam o pagamento dos salários, das horas extras, dos tickets alimentação e refeição, a exemplo da MVS, Guindaste Brasil, Elfe e Emthos. Esta última já foi denunciada pelo Sindipetro por estar está pagando “por fora” parte de seus técnicos, que estariam recebendo R$ 1 mil, depositados diretamente em suas contas correntes, sem constar no contracheque. Algumas delas ainda parcelam as rescisões trabalhistas em até 10 vezes.
O Sindipetro alerta à gestão da Petrobrás para que retome o controle e volte a fiscalizar estas empresas de forma a evitar tantos prejuízos aos trabalhadores contratados, mesmo porque é sempre importante lembrar que a Petrobrás é responsável pelas empresas que contrata e deveria reter o pagamento até que estas cumpram com as suas obrigações trabalhistas. Esperamos que a direção da Petrobrás regularize e aprimore o processo de fiscalização em suas unidades. O Sindipetro está de olho, vai continuar cobrando e denunciando todas as irregularidades.
Fonte- Imprensa Sindipetro Bahia