“Estratégia” da Petrobras impõe vexame a seus gerentes
agosto 27, 2019 | Categoria: Notícia
Durante a AGE que aconteceu, na segunda-feira (26) em frente ao Edifício Torre Pituba, em salvador, a diretoria do Sindipetro abriu espaço para que os gerentes e supervisores usassem o microfone para defender a contraproposta da Petrobrás, mas ninguém se pronunciou. Será que não acreditam no que estão votando?
O fato é que a estratégia assediadora, imposta pela alta gestão da empresa se mostrou ineficiente em face da consciência e unidade dos trabalhadores petroleiros. O que resta à direção da Petrobras, diante da derrota sofrida, é destituir seu corpo gerencial por incompetência e impor a devolução do dinheiro usado para comprar a dignidade destes gestores.
A estratégia da empresa foi um tiro no pé. Deu audiência a atividade do sindicato e expôs os gerentes, duplamente vendidos, à base. De quem foi essa ideia genial?
Para o diretor do Sindipetro, André Araújo, que também é candidato à suplência do Conselho Deliberativo da Petros, “a votação expressiva da categoria petroleira da Bahia, reprovando a proposta da empresa e aprovando a greve em caso de atentado contra alguns de seus direitos coletivos, impõe uma humilhante derrota à atual e alta gestão entreguista da Petrobrás”.
Araújo ressalta ainda que a prática de assédio aos trabalhadores, além de ser ilegal, demonstra que falta ética a atual gestão da empresa.”
Ele chama a atenção para a estratégia ardilosa da Petrobrás, que “foi iniciada com a distribuição das RV-Remunerações Variáveis, cujo objetivo foi comprar a dignidade dos gestores e de alguns outros trabalhadores. O próximo passo foi a imposição do assédio e coação de forma aberta ou velada, visando pressionar os trabalhadores a atenderem os anseios da direção da Petrobras. O ápice desta reprovável tática foi a obrigatoriedade de participação nas assembleias imposta aos gerentes”.
Para Araújo “esses acontecimentos demonstram que a atual gestão da Petrobrás, está totalmente alinhada ao interesse privatista do governo de extrema direita do Presidente Bolsonaro e não medirá esforços para entregar as riquezas desta empresa ao Capital internacional. Cabe à FUP, aos Sindipetros e à categoria agir para tentar evitar que isso aconteça. Essa responsabilidade já foi aceita por todos nós. Prova disto são os resultados das assembleias que estão rejeitando a contraproposta da empresa e colocando os maus gestores nos seu devidos lugares”.
Em meio ao entreguismo da alta gestão, durante a AGE, em um ato de patriotismo e defesa da soberania nacional, a bandeira da empresa Shell foi queimada e a bandeira do Brasil foi estendida e aplaudida pelos presentes. “Aqui a Shell não tem vez, o petróleo é do Brasil e dos brasileiros”, afirmou o diretor do Siindipetro, Radiovaldo Costa.
O diretor da FUP, Deyvid Bacelar, denunciou e colocou abaixo os argumentos falsos usados pela direção da Petrobrás para influenciar na votação e aprovação de um ACT rebaixado e que retira direitos da categoria. “se mexerem nos nossos direitos vamos entrar em greve – a categoria está aprovando isso – para garantir não só os nossos direitos, mas também essa empresa, a Petrobrás, que foi construída por nós”.
O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, arrematou, “o que está em jogo aqui é a pavimentação para o processo de desmonte e privatização da Petrobrás, não se trata apenas do ACT da categoria, de seus direitos e empregos, mas felizmente, os petroleiros já estão reagindo”.
Fonte – Sindipetro Bahia