Emiliano José debate os 60 anos do golpe militar durante Congresso dos Petroleiros da Bahia
junho 28, 2024 | Categoria: XIII Congresso
“Vou falar sempre da ditadura. Precisamos falar para nunca mais acontecer”, declarou Emiliano José, jornalista, professor e escritor baiano, durante uma palestra sobre os 60 anos do golpe militar no Brasil. O evento fez parte das rodadas de palestras e debates do XIII Congresso dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia na tarde desta sexta-feira, 28 de junho, em Salvador.
O jornalista, com sua vasta experiência e conhecimento, discutiu os bastidores políticos internacionais e a disputa pelo poder na época, tanto no Brasil quanto em outros países. Ele destacou a influência dos Estados Unidos nas decisões durante o período da ditadura militar. A mesa de debate contou com a mediação de David Leal, diretor do Sindipetro, e trouxe à tona pontos cruciais sobre o golpe de 1964 e seus desdobramentos.
Vivências na ditadura
O escritor, que vivenciou os horrores da ditadura, compartilhou detalhes pessoais de suas experiências. “Eu era um trapo de muitas cores”, disse ele, enfatizando sua participação ativa na luta contra o regime. “Na tortura, você torce para morrer. Mas ideologicamente e politicamente eu estava pronto para o embate”.
Críticas a Bolsonaro e à extrema direita
O palestrante fez questão de enfatizar a necessidade de relembrar o passado para evitar a repetição dos erros históricos. Ele criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro por elogiar figuras ditatoriais como Ustra, classificando isso como uma aberração para um líder nacional. “As lideranças da extrema direita são tratadas como imbecis, mas eles são um projeto e se assemelham aos cidadãos médios”, afirmou.
Discussão sobre a Bolívia e a preservação da democracia
A recente tentativa de golpe na Bolívia também foi discutida. Emiliano apresentou à plateia os posicionamentos dos políticos de esquerda e de direita, incluindo os filhos de Bolsonaro, sobre o ocorrido. Ele sublinhou a importância de avançar e fortalecer a democracia. “Precisamos avançar, temos que manter a democracia. É hora de a gente voltar e convencer a nossa gente de que precisamos fortalecer a democracia”.
Risco de novo golpe no Brasil
O jornalista também relembrou que, após 1985, o dia em que os brasileiros correram maior risco de viver novamente um golpe foi durante a invasão de 8 de janeiro. “Aquele movimento queria GLO, se Lula permitisse, nós estaríamos vivendo uma nova ditadura”, alertou Emiliano.
A palestra de Emiliano José no congresso dos petroleiros da Bahia reafirmou a necessidade de manter viva a memória dos horrores da ditadura e a importância de continuar lutando pela preservação da democracia no Brasil.
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