Em greve, petroleiros promovem venda do litro da gasolina a preço justo, nessa quinta (13), em Salvador
fevereiro 12, 2020 | Categoria: Notícia
Em greve há 12 dias, os petroleiros promovem nessa quinta-feira (13) uma ação para mostrar à sociedade que é possível vender o litro da gasolina a um preço justo.
O Sindipetro Bahia vai custear o valor de R$1,00 por litro da gasolina, que será vendida, a partir das 10h, no Posto BR da Vasco da Gama (em frente a antiga fábrica da Coca-Cola), por R$ 3,50 o litro.
A promoção será aplicada aos 133 primeiros motoristas que chegarem ao local e abastecerem o seu veículo com 30 litros do combustível. Desta forma, o consumidor fará uma economia de R$ 30,00. Serão vendidos através de subsídio cerca de 4 mil litros de gasolina.
O movimento pretende mostrar que é possível vender o litro da gasolina, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos federal e do estado (ICMS).
Hoje o preço do litro da gasolina é determinado pelo preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar.
De acordo com o Sindipetro Bahia, o valor de R$ 3,50 pelo litro da gasolina é hoje o preço justo a ser aplicado. “Para que isto aconteça basta que a Petrobras mude a sua politica de preços, adotada desde 2016, e deixe de levar em consideração na composição do preço da gasolina nas refinarias, a variação do dólar e o preço internacional do barril do petróleo”.
“O problema é que a Petrobras não leva em consideração na composição do preço da gasolina os custos de produção que são em real, como qualquer outro produto nacional que é vendido no país”, afirma o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista.
“Na prática, o consumidor brasileiro, apesar de ganhar em real, está pagando a gasolina e também o gás de cozinha e o diesel em dólar”, ressalta o diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
Preços tendem a aumentar ainda mais com venda das refinarias
A atual gestão da Petrobrás está vendendo várias unidades da empresa, optando por se retirar de negócios lucrativos e que garantem a soberania do país, a exemplo das áreas de refino e fertilizante. As distribuidoras de combustíveis (BR e Liguigás) já foram privatizadas. A FAFEN foi arrendada. O edifício Torre Pituba, onde funciona a sede administrativa da empresa, está sendo desmobilizado, a PBIO está à venda, assim como muitas unidades dos Campos Terrestres.
A fase vinculante referente à primeira etapa de venda das refinarias já foi anunciada pela Petrobras no dia 22/11. Nessa primeira etapa foram oferecidas ao mercado as unidades Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Landulpho Alves (Rlam), na Bahia; Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
Com o anúncio, a atual gestão da estatal intensifica seu plano de desinvestimento, ou, traduzindo de forma correta, o processo de privatização e desmonte do Sistema Petrobras.
Com a venda da Rlam e da Transpetro, com seus quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos totalizando 669 km, a tendência é que os preços dos derivados de petróleo aumentem ainda mais.
É contra essa política que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro Bahia estão lutando.
Em 2014, quando o barril do petróleo valia 100 dólares, o litro da gasolina custava R$ 2,40. Hoje, o preço médio do barril é de US$ 70 e o litro da gasolina já chega a R$ 5,00.
Para o coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, “com a privatização das refinarias a situação tende a piorar. Muita gente não vai poder comprar o botijão de gás e quem tem carro vai ter de vender ou deixar na garagem”.
Fonte – Sindipetro Bahia
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