Em debate, Sindipetro-Ba defende unidade da categoria petroleira
junho 17, 2023 | Categoria: Notícia, XII Congresso
A pauta da última mesa do primeiro dia do XII Congresso de Petroleiros da Bahia tratou do futuro da categoria petroleira. Um assunto que interessa não só aos trabalhadores e aposentados da Petrobrás, mas também aos trabalhadores do setor privado e terceirizados.
O tema foi explicado pelo Diretor de Comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa que ressaltou o quanto o setor do petróleo mudou e portanto é necessário rever conceitos. “A gente precisa entender que quem trabalha no mundo do petróleo é petroleiro, acabou aquela ideia de que a denominação só é legítima para quem trabalha na Petrobrás”. O líder sindical disse ainda que hoje em dia há um conflito com o conceito de categoria e perguntou: “somos um sindicato da Petrobrás ou de petroleiro?”.
Na intenção de ampliar o diálogo, o sindicato tem feito investimentos nos acordos coletivos das empresas privadas que somados já passam dos 40.
O que esperar do Acordo Coletivo de Trabalho em 2023
O Assessor econômico da FUP, Cloviomar Cararine, apresentou dados estatísticos dos benefícios trabalhistas dos petroleiros e o que foi perdido com o desmonte da Petrobrás nos últimos anos e questionou o ritmo que será adotado para a campanha de 2023. Vamos intensificar ou vamos cobrar aos poucos?”, perguntou.
Em seguida, pontuou que antes de responder é necessário entender qual o cenário econômico estamos vivendo, lembrar que estamos com um governo recém eleito, em um contexto de eleições acirradas e um congresso com muita força política em disputa constante.
“De positivo para este ano vamos entrar em negociação de acordo coletivo em um cenário político conturbado, mas com inflação baixa, o que pode favorecer a aprovação de pautas econômicas de nosso interesse”, afirmou o assessor.
Clériston Bulhões, Assessor Jurídico do Sindipetro-Ba também esteve na mesa e esclareceu como ocorreu a proposta de Acordo Coletivo na Acelen. Detalhando itens de cada cláusula, o advogado comparou o ACT da empresa com o da Petrobrás e revelou que ambos se assemelham muito, pois ele foi defendido pelo Sindipetro- ba em intensas reuniões até que o direito da categoria fosse garantido.
“O Brasil não valoriza o trabalho, valoriza o capital a exemplo que os rendimentos da empresa ficam 39% na mão dos acionistas e 6% com o trabalhador. E essa é uma questão que ocorre em diversos países. Na Espanha, por exemplo, eles levaram 8 anos de um novo governo de esquerda para voltar a melhorar os direitos do trabalho. Levamos anos para construir direitos e perdemos tudo muito rápido com o governo Bolsonaro e isso precisa ser lembrado,
comentou.”
O diretor da FUP e do Sindipetro Bahia, Paulo César Martin (PC), deu informes sobre o andamento dos trabalhos do GT ( Grupo de Trabalho), que está discutindo questões relacionadas à Petros, entre outras. Martin explicou a atual situação do plano Petros, ressaltando a luta da FUP e seus sindicatos para resolver o problema dos equacionamentos, garantindo a sustentabilidade do plano de previdência da categoria.
Martin falou também da busca para garantir a liquidez do plano que hoje está com uma massa muito grande de aposentados. “A janela de oportunidade que temos para fazer uma negociação para que a Petrobrás pague o que deve é este ano” , lembrou PC.
O diretor da FUP falou ainda da expectativa do anúncio da Petrobrás de suspensão temporária do pagamento dos equacionamentos para que o GT, que tem a participação da FUP, FNP e marítimos, consiga encontrar uma solução para este problema durante este período.