Dois anos de privatização da RLAM. Dois anos de luta e resistência pelo retorno da refinaria à Petrobrás
dezembro 1, 2023 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, completam-se dois anos da privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), com uma luz no fim do túnel que traz esperança para os baianos e a Bahia: o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, em entrevista à imprensa, afirmou que a estatal está conversando com o grupo Mubadala sobre uma possível recompra da refinaria.
O que vai ao encontro da luta e defesa que sempre foram feitas pelo Sindipetro-Bahia e a FUP pela reestatização da refinaria baiana, cuja privatização só trouxe prejuízos aos consumidores e à economia do estado. Além de ter provocado sérios danos na saúde mental dos trabalhadores da Petrobrás que atuavam na RLAM e foram transferidos, de forma compulsória, para outros estados.
Os dois anos de privatização foram tempo suficiente para confirmar o que o Sindipetro Bahia havia denunciado e alertado em 2021, na época da venda da refinaria para o Grupo árabe Mubadala, ou seja, que os baianos se tornariam reféns de um monopólio privado e os preços dos combustíveis iriam aumentar.
Foi exatamente isto que aconteceu. Hoje, a Bahia tem um dos combustíveis – gasolina, diesel e gás de cozinha – mais caros do brasil e este valor elevado ainda contribui para o aumento dos preços dos alimentos e de outras mercadorias no estado.
“O diesel, que é um insumo extremamente importante, hoje tem um custo maior do que o da gasolina na Bahia e isso, inevitavelmente, acaba encarecendo o preço das mercadorias que dependem de transporte, sobretudo o rodoviário, inclusive porque entra aí a questão do frete”, explica a Supervisora Técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias.
*Cadeia de prejuízos*
Mas os problemas gerados pela privatização da RLAM não giram somente em torno dos combustíveis caros. Em novembro de 2022, os baianos sofreram com o desabastecimento de gás de cozinha e nos primeiros seis meses de 2021, os navios de grande porte ficaram sem combustível.
O que antes, quando a RLAM pertencia à Petrobrás, podia ser traduzido em uma cadeia de benefícios para o estado, hoje, com a refinaria baiana sendo operada pela empresa Acelen, temos uma cadeia de prejuízos e não só para os consumidores.
Os donos de postos de combustíveis já mostraram insatisfação e reclamaram de perdas, o que levou o Sindicombustivel (sindicato patronal) a tomar a decisão de entrar com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que o órgão informasse qual é o limite que uma indústria privada tem na precificação quando atua em um monopólio regional.
Grandes empresários passaram a comprar a gasolina e, principalmente o óleo diesel, em outros estados para fugir dos preços altos. Em consequência, houve redução na arrecadação de impostos na Bahia.
*O que está ruim pode piorar*
A tendência é de piora da situação, após a Petrobrás, no governo Lula, ter mudado a sua política de preços, deixando de lado o PPI (Preço de Paridade de Importação), adotado nos governos Temer e Bolsonaro e a Acelen informar que seguirá com o PPI, que atrela o preço dos combustíveis ao dólar e ao valor do barril de petróleo no mercado internacional, levando os preços desses derivados à altura.
De forma justa, Lula, como havia prometido, abrasileirou o preço dos combustíveis, mas os baianos continuam a comprar o gás de cozinha, gasolina e diesel pelo valor do dólar, apesar de receber salários em real.
*A solução é a reestatização*
Para o bem da economia da Bahia e dos consumidores baianos, o Sindipetro defende a reestatização da RLAM, assim como mais investimentos para modernizar o seu parque de refino, levando a 100% da sua capacidade de processamento. E acredita que este momento, em que a Petrobrás é reconstruída e ganha mais força e importância, é muito oportuno para isso.
O Sindipetro quer uma refinaria incorporada ao conjunto das outras refinarias da Petrobras, que tenha preço justo para o consumidor, que gere empregos e que garanta o abastecimento pleno de derivados, não só da Bahia, mas também contribuindo para o abastecimento do país, em especial do Nordeste.
Com a possibilidade da volta da RLAM para a Petrobrás que já está no radar da nova gestão da estatal, outro ponto importante que também faz parte da luta do Sindipetro-Ba e da FUP, é a probabilidade do retorno para o seu estado de origem, dos trabalhadores transferidos. Além do fortalecimento da Petrobrás na Bahia.
{ Escrito por Imprensa Sindipetro Bahia}
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