Diretores do Sindipetro visitam praias da Baia de Todos os Santos, onde surgiram manchas de óleo
fevereiro 22, 2022 | Categoria: Notícia
Entidade sindical acompanha investigação sobre origem do vazamento
Diretores do Sindipetro/Ba visitaram na última quinta-feira (17), algumas ilhas da Baia de Todos os Santos, em busca de informações sobre as manchas de óleo que surgiram na praia de Loreto (Ilha dos Frades) e no litoral da comunidade Coqueiro Verde, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador. Moradores relataram que já estão aparecendo peixes mortos nas areias destas praias. A origem do óleo ainda é desconhecida e está sendo investigada pela Petrobrás e pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). O Inema, órgão estadual de regulação do Meio Ambiente, monitora a situação.
Em entrevista a TV Educativa, o biólogo e Diretor do Instituto de Biologia da UFBA, Francisco Kelmo, disse que se trata de um material bastante pastoso, com odor característico de petróleo cru, o que mostra que este material não sofreu nenhum tipo de transformação química ou física no fundo do mar. “Portanto, pelas características físicas que nós observamos e o próprio odor emanado desta substância, trata-se de um óleo novo”, afirmou.
Na praia de Loreto, os diretores do Sindipetro, João Marcos e Gilson Sampaio, acompanhados do Advogado Celson Oliveira, fotografaram os resíduos de petróleo e conversaram com os trabalhadores destacados pela Petrobrás para atuar na limpeza da praia e retirada do óleo das pedras que circundam a praia. Entrevistaram, ainda, trabalhadores do Centro de Defesa Ambiental da Transpetro (CDA). Todos deixaram claro que desconhecem a origem do óleo.
Porto dos Cavalos
Convidados pela Associação de Moradores, Pescadores e Marisqueiras de Porto dos Cavalos, Martelo e Ponta Grossa, Ilha de Maré, Salvador – Bahia, comunidade localizada na Ilha de Maré, próxima à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), os diretores do sindicato ouviram relatos sobre impactos ambientais deixados na região pela Petrobrás, ao longo de décadas.
Os moradores descreveram problemas de saúde, decorrentes das emissões de gases poluentes da RLAM, além dos diversos impactos ambientais oriundos da exploração de óleo e gás na localidade, a exemplo da extensa lagoa situada às margens do manguezal que circunda o vilarejo, completamente contaminada por resíduos oleosos e lama oriunda de perfuração de doze poços de petróleo abandonados pela Petrobrás, sem qualquer Plano de Recuperação das Áreas Degradadas.
Segundo os moradores, existia no passado uma represa onde a comunidade criava peixes e tirava crustáceos do mangue. As atividades de perfuração realizadas pela Petrobrás acabaram por contaminar a área com óleo cru, matando todas as espécies. “Hoje os mariscos e peixes dessa comunidade têm gosto de óleo”, contam os líderes comunitários Agnaldo, Luana e Rinaldo, mostrando a prova dos passivos ambientais deixados para trás em meio à negociação dos ativos com a empresa 3R Petroleum.
Eles também relataram vazamento de gás, por meio de linha deficitariamente vedada, cuja válvula está situada a poucos metros das residências, além de impactos na vegetação, com a maioria das mangueiras mortas.
A comunidade almeja, entre outras compensações ambientais, a recuperação do pier de atracação utilizado pela Petrobrás ao longo das décadas de exploração realizada na região.
Passivo ambiental
Em decorrência das inúmeras irregularidades que envolveram a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), com destaque para o profundo passivo ambiental omitido pela Petrobrás, o Sindipetro Bahia e a FUP ingressaram com uma ação civil pública perante à Justiça Federal – Seção Judiciária da Bahia, órgão vinculado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), para anular a venda da refinaria baiana, localizada no município de São Francisco do Conde.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia
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