Direção do Sindipetro Bahia e categoria petroleira realizam limpeza de praia atingida por óleo, em Salvador
outubro 21, 2019 | Categoria: Notícia
O domingo (20), em Salvador, foi dia de sol quente e praias cheias, não de banhistas, mas de óleo. Resultado de um dos maiores desastres ambientes que já atingiram o mar do Nordeste do Brasil, poluindo as praias da região com uma grande quantidade de petróleo.
Diante da ineficácia e demora do governo federal em agir para minimizar e conter os danos causados pelo óleo, muitas pessoas estão se oferecendo como voluntárias e, juntamente com órgãos do governo do estado, do município, a Petrobras e ONG’s, estão efetuando a limpeza das praias.
O Sindipetro, como sindicato cidadão, é uma das entidades que estão nessa luta em defesa do meio ambiente. A entidade sindical organizou uma ação no último domingo, que contou com a participação de petroleiros de diversas unidades do Sistema Petrobrás e com importantes parcerias como a Secretaria de Meio Ambiente do governo da Bahia (SEMA), o Instituto Rede Mar, IPR (Instituto Popular do Recôncavo), o movimento Salvador Meu Amor e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA).
A ação “Lugar de Petróleo não é na Praia” foi realizada no bairro de Armação, em uma praia muito frequentada. Os voluntários receberam treinamento e epis para que pudessem realizar o trabalho em segurança.
Willian Freitas, presidente do Instituto Rede Mar, ressaltou a abordagem técnica que foi feita, inclusive com treinamento prévio, para garantir a preservação da praia e do bioma marinho durante e após a limpeza. “Esse é um cuidado que o Rede Mar está trazendo, porque não é uma fórmula de bolo, é preciso ter uma análise prévia da limpeza das praias, respeitando a dinâmica e o ambiente da praia, pois tem moradores, tem grauça, tem camarão, restinga, tem todo um bioma muito sensível que tem de ser respeitado. Aplicamos aqui o protocolo internacional e esperamos que, a partir desse momento, a população desperte para a importância da preservação costeira oceânica, visto que nós somos um país costeiro e Salvador é a maior costa do Brasil”.
Luan Peres, presidente do IPR, falou da tristeza de ver o que está acontecendo nas praias do Nordeste, “mas ao mesmo tempo é bom saber que podemos encontrar pessoas que estão dispostas a se juntar para tentar contornar esse problema. Estamos aqui também para somar esforços”.
Acompanhando a limpeza da praia, o ambulante José da Conceição, 34 anos, lamentou o óleo, que além de sujar o mar e a areia, afugentou os clientes. “Há oito anos vendo picolé aqui e estou tendo um grande prejuízo, Não só eu, mas todos os barraqueiros e vendedores”.
José Amorin, 67 anos, petroleiro aposentado, soube do mutirão através dos grupos de WhatsApp. “Este é um trabalho social muito importante. Nesse sentido, eu acho que o sindicato teve uma visão fundamental. Por mais simples que seja nós fazermos essa limpeza, é questão de conscientização também”.
Manoela Cavalcanti, da Torre Pituba, 40 anos, também entende a ação do sindicato como um ato social. “Esse papel também é nosso. Vamos limpar nossas praias, livrá-las desse desastre, e que os culpados sejam punidos. Precisamos preservar, precisamos do meio ambiente para sobreviver”.
Outro trabalhador da Torre Pituba, Cedraz, também fez questão de comparecer. “A gente está aqui ajudando a retirar o petróleo da praia porque essa contaminação está causando sérios danos à vida marinha. Estamos aqui para contribuir”.
O diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, que acompanhou a ação, ressaltou a importância do sindicato também agir visando o bem estar da sociedade e a preservação do meio ambiente, além das questões em defesa dos direitos da categoria. Ele também lamentou o fato de, apesar de existirem 53 empresas de petróleo atuando no Brasil, a Petrobrás ser a única petrolífera que está ajudando na limpeza das praias, mesmo já tendo sido comprovado que o óleo não é proveniente da companhia brasileira. Se a Petrobras fosse uma empresa privada estaria agindo dessa forma?”
O diretor garantiu que o Sindipetro continuará defendendo o meio ambiente e realizando ações de cidadania como essa, porque “só assim iremos construir, seguramente, um mundo melhor para todos”.
Fonte – Sindipetro Bahia
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