Coordenadora do Sindipetro-BA faz palestra na PBIO no mês de luta da mulher
março 28, 2024 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Nesta segunda, 25, no mês de luta pela emancipação da mulher, o Sindipetro Bahia esteve na UBC – Usina de Biodiesel de Candeias, subsidiária da Petrobrás, para conversar com as trabalhadoras e dois motivos levaram o sindicato a ter um olhar especial sobre elas: a ameaça constante de serem vendidas, junto com as usinas, na tentativa de privatização da subsidiária durante o governo Bolsonaro e a redução de efetivo que tem levado as trabalhadoras à sobrecarga de trabalho.
No encontro, a coordenadora da Sindipetro, Elizabete Sacramento, proferiu palestra apresentando elementos da luta feminista com provocações sobre as inquietudes contemporâneas. Além das trabalhadoras da usina, participaram do evento a diretora Lindomar Nascimento, o diretor Jailton Andrade e o assessor do sindicato, Luís Brasil.
Sobrecarga e adoecimento
Assim como na Usina de Biodiesel de Montes Claros, a unidade industrial da Bahia passou por uma redução do efetivo, principalmente no setor de laboratório. Dos nove trabalhadores do setor na Bahia, hoje apenas três mulheres assumem toda a demanda de análises dos insumos, dos produtos e dos tanques de armazenamento da usina. Essas análises laboratoriais são fundamentais para a segurança e a continuidade do processo produtivo. Diante dessa demanda, a redução de 2/3 do efetivo do laboratório não poderia ter outra consequência senão o adoecimento mental constatado nos afastamentos recentes.
Essa problemática ultrapassa, inclusive, a questão de gênero. Diante do número de suicídios dentro do sistema Petrobras nos últimos anos, o drama das mulheres da PBIO exige uma solução humanitária e urgente. Além disso, o represamento de laudos laboratoriais devido ao ínfimo números de profissionais do setor afeta o processo de produção impactando na rentabilidade das usinas.
Em razão disso, logo após o evento, o Sindipetro Bahia se reuniu com o gerente da usina, Valter Paixão e com Aline Mariano de Souza, Coordenadora do Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão da PBio com o objetivo de expor a demanda e cobrar uma solução definitiva, visto que a terceirização do setor já demonstrou não resolver o problema devido à alta rotatividade provocada pelos baixos salários.
Além disso, na terceirização, os sistemas internos da PBIO, necessários à execução dos serviços laboratoriais, estariam sob responsabilidade de terceiros, o que é um equívoco e traz riscos à segurança da informação, uma vez que estes deveriam ser acessados apenas pelos profissionais de laboratório da PBIO.
Há ainda a possibilidade de conflito de interesses entre as empresas transportadoras e a prestadoras de serviço colocando em perigo a qualidade das análises laboratoriais.
O Sindipetro Bahia seguirá acompanhando essas problemáticas e entrará em ação a qualquer momento em que as relações de trabalho afetem quaisquer direitos das mulheres.
Parabéns às mulheres e à luta feminista.