Conjuntura política e Transição energética são temas de debate no Congresso dos petroleir@s da Bahia
junho 17, 2023 | Categoria: Notícia, XII Congresso
O que a transição energética tem a ver com a conjuntura política e os planos para a reconstrução do Brasil? Essa foi a indagação inicial que norteou a primeira mesa de discussão do XII Congresso d@s Petroleir@s da Bahia.
Para ampliar o debate, a mesa foi composta pelo ex-deputado, jornalista e escritor, Emiliano José e pelo Diretor Técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (INEEP) e mestre em Sociologia e Antropologia pela UFRJ.
Emiliano abriu o debate fazendo o resgate histórico e posicionando o desmonte ocorrido na estatal como uma disputa de interesses políticos e mercadológicos em torno do petróleo braisliero e da Petrobrás. Para ele, a análise da conjuntura política está em falar dessa empresa que é símbolo da soberania do país. “Eu sempre faço questão de reforçar que a Petrobrás sempre esteve à frente da luta política do Brasil. Desde os anos de 1930, o país começou a discussão em torno do petróleo e daí em diante ela se tornou o centro dos interesses no Brasil. Quando a gente fala dos suicídios eu entendo o motivo dessa tragédia, porque as privatizações destruíram as pessoas, cada uma delas. As pessoas preferem o abandono da vida ao tormento da perseguição, refletiu.
O jornalista seguiu justificando a sua narrativa e contextualizou a política aplicada nacionalmente nos últimos 6 anos ao dizer: “Não é por acaso que a Petrobrás sofreu essa perseguição. Temer foi essencial no desmonte. Ele preparou o terreno para Bolsonaro aplicar a política destrutiva da Petrobrás. É importante lembrar que a extrema direita encara os interesses do capital. E, em especial, o capital internacional que sempre colocou os olhos na Petrobrás.”
Mahatma Ramos apresentou dados sobre a Transição Energética e detalhou qual é o contexto de interesses dos países produtores e consumidores de petróleo e salientou que é importante ter cuidado com esse debate por conta da velocidade dele. ” Estamos vivendo realmente a transição ou estamos aumentando a oferta de fontes de energia no mundo?”, indagou o sociólogo que em seguida afirmou que o Brasil tem toda condição de fazer a transição energética, no entanto, a Petrobrás está em disputa e o que falta é condição política.
Ramos recordou também dos interesses estratégicos de empresas estrangeiras na Bahia. “Esse é um estado que tem condição de explorar energias limpas e isso o torna um lugar perfeito para produzir e substituir a ‘matriz suja’ de países como Alemanha e França, que estão avaliando encerrar a exploração tradicional e consumir energia limpa produzida fora, mas trazendo toda a sua tecnologia e mão de obra, deixando para nós desigualdade social como, elevação dos preços de terrenos no interior do estado e nos tornando um território de commodities.”
O mediador da mesa, Deyvid Bacelar, recordou o impacto da má política aplicada nos últimos anos dentro da Petrobrás, que já é responsável por impactos diretos na saúde emocional das pessoas, levando-as até a anulação do direito à vida. Algo que deve ser incluído no assunto de contexto da conjuntura política e da transição energética, pois ela irá repercutir socialmente.
Mahatma encerrou a apresentação e disse que o que se conclui é que há questionamentos a serem levantados a respeito do tema e alguns deles são: qual matriz energética vamos usar nos próximos anos, como será o plano nacional de exploração e como vamos financiá-la.
Convocados pelo coordenador da FUP, Deyvid, os presentes realizaram um minuto de silêncio em homenagem aos petroleiros e petroleiras que nos deixaram nos últimos anos.
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