Com ampla margem de diferença, petroleiros da Bahia seguem rejeitando contraproposta da Petrobrás
agosto 22, 2019 | Categoria: Notícia
A assembleia que aconteceu na manhã dessa quinta-feira, 22/08, com o adm e turno da RLAM, UTE CF e Temadre, vai entrar para a história dos petroleiros como mais um ato de resistência, que mostrou a força e a capacidade de união da categoria.
Seguindo as ordens da atual gestão do Sistema Petrobrás muitos gerentes, coordenadores e supervisores, inclusive os gerentes gerais da RLAM, do Temadre e da UTE-CF, compareceram à assembleia para votar a favor da contraproposta da empresa e com suas presenças intimidar os trabalhadores a fazer o mesmo.
Mas não adiantou. A categoria, com ampla margem, disse não à terceira contraproposta da Petrobrás para o ACT e votou a favor dos indicativos da FUP (veja no final da matéria o resultado da votação). Durante a assembleia ficou bem claro a separação entre aqueles que pensam no coletivo e estão agindo de forma corajosa e digna e a minoria que não teve coragem de assumir o seu voto.
O diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, falou diretamente aos gerentes, coordenadores e supervisores, lamentando a pressão que eles estão sofrendo da direção da empresa, mas cobrando dignidade em um momento como esse. “Com essa pressão para os gerentes participarem das assembleias – o que não é proibido, desde que eles venham por livre e espontânea vontade – para ficarem aqui olhando como os trabalhadores estão votando, a Petrobrás rasgou o seu código de ética. Acabou. Não existe mais código de ética na Petrobrás porque não tem ética uma empresa que obriga, assedia os seus trabalhadores a irem a uma assembleia para votar contra eles mesmos”.
O diretor da FUP, Deyvid Bacelar, desmontou alguns argumentos utilizados em reuniões pela gestão da empresa para tentar desqualificar o movimento sindical e “convencer o trabalhador a dar um tiro em seu próprio pé”.
Entre eles o argumento de que a partir de 1º de setembro a categoria, se não fechar acordo, volta para a CLT, é falso, pois não é tão simples assim, afirmou Deyvid. “Como ficam os turnos? Os trabalhadores vão trabalhar em turnos de 6 horas por 6 dias? Vai haver grande prejuízo para a logística e para a empresa e o assessor jurídico do Sindipetro, explicou muito bem essa questão da regra da ultratividade”.
Deyvid também falou sobre as negociações coletivas nacionais de empresas públicas como a Eletrobrás,, Correios, BR Distribuidora e Serpro, que estão renovando seus ACTs durante o processo de negociação com as entidades sindicais.
O diretor do Sindipetro, André Araújo, foi direto ao falar com a categoria. “Não há tempo para termos medo e nem podemos nos omitir de encampar essa luta em defesa dos nossos direitos, dos nossos empregos e da Petrobrás como empresa indutora do desenvolvimento nacional”, afirmou.
O coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, falou da boa intenção da FUP de dar continuidade à negociação, da falta de respeito do governo e da atual gestão da Petrobrás com a categoria. “É um momento grave que estamos passando, mas nós não vamos nos amedrontar. O ACT deve ser utilizado como elemento mobilizador, mas o principal que está aqui em jogo é a entrega do patrimônio nacional às multinacionais estrangeiras e nós trabalhadores brasileiros temos o dever de defender essa empresa, de defender a soberania nacional”.
Clique aqui para ver o resultado parcial das assembleias
Fonte – Sindipetro Bahia
Tags: ACT 2019, AGE, FUP, nenhum direito a menos, sindipetro bahia