BR Distribuidora completa um ano de privatização com deterioração dos seus prédios, encolhimento e retirada de direitos dos trabalhadores
julho 23, 2020 | Categoria: Notícia
{Da imprensa do Sindipetro Bahia}
Nessa quinta-feira (23) faz um ano que a BR Distribuidora – subsidiária da Petrobrás – foi privatizada. De lá para cá, o que mudou? Apesar de estar localizada em um bairro nobre de Salvador, o Stiep, a sede da BR Distribuidora na Bahia é o retrato do abandono.
Fechada, a sede não recebe sequer manutenção. A direção do Sindipetro Bahia recebeu informações que parte do teto do prédio principal da empresa desabou. Centenas de trabalhadores terceirizados foram demitidos. Já os concursados sofreram forte assédio moral para pedirem demissão através de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) instituído à época pela nova direção da BR.
Quem resolveu permanecer na empresa teve seus salários drasticamente reduzidos viu seus direitos antigos e históricos serem retirados pela nova direção da BR Distribuidora. Além de ter de lidar com o acúmulo de função, uma vez que a empresa passou a operar com um número reduzido de funcionários. O que aconteceu na Bahia é também a realidade da BR em outros estados. O objetivo da empresa privada é o lucro fácil e rápido para garantir o retorno do investimento dos seus acionistas e, ao mesmo tempo, ter lucros elevados a partir de forte redução de custos feita em cima, justamente, daqueles que são os principais responsáveis pelo resultado da empresa, que são os seus trabalhadores, seja eles diretos ou terceirizados.
Se com a BR Distribuidora, que é uma empresa de tamanho médio, aconteceu essa destruição, imaginem o que pode acontecer se empresas como a Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, entre outras, sofrerem esse processo de privatização perverso defendido pelo atual governo de extrema direita de Bolsonaro. O que aconteceu com a BR Distribuidora é o reflexo da privatização predatória do modelo Bolsonaro e Guedes.
É fato que com a privatização da BR Distribuidora, o Brasil ficou mais pobre, mas os empresários ganharam, e muito, às custas do trabalho daqueles que vieram antes, às custas dos investimentos feitos pela Petrobrás, enquanto empresa pública, que possibilitou que a BR se transformasse na maior empresa do ramo de comercialização e distribuição de combustíveis do país, que, inclusive garantia o abastecimento de derivados de petróleo nos rincões do Brasil.
Hoje, a BR Distribuidora vai apenas onde há lucro certo. É uma empresa seletiva que prioriza os grandes centros, não se interessa por locais de difícil acesso ou pequenos centros, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil, onde o lucro é menor.
A direção do Sindipetro Bahia repudia o processo de privatização que empobrece o país e retira direitos dos trabalhadores e faz um alerta à sociedade para que entenda que é preciso defender o patrimônio público para atual e futuras gerações.
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