Bahia – Ato contra a venda da RLAM reuniu mais de mil petroleiros e terminou com caminhada ao som do hino nacional
abril 30, 2019 | Categoria: Notícia
Aproximadamente 1200 petroleiros, entre trabalhadores diretos, terceirizados e aposentados, participaram na manhã dessa terça-feira, 30/04, de um ato em frente à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia.
O ato nacional, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), teve como objetivo repudiar o anúncio de venda das refinarias, feito pelo governo federal, e mostrar a insatisfação e também a força dos petroleiros, que prometem lutar contra o que consideram, não um simples negócio, mas a entrega do patrimônio público brasileiro.
Os manifestantes também denunciaram os prejuízos para o Brasil com a política de preços de combustíveis adotada pelo governo federal, de reajuste com maior periodicidade.
Apesar do sol forte, a categoria acompanhou e participou do ato, que durou cerca de cinco horas e terminou com uma caminhada em direção ao portão 1 da refinaria, ao som do hino nacional. Antes, os petroleiros ouviram atentamente as falas dos diversos representantes de movimentos sociais, da juventude, centrais sindicais, sindicatos e parlamentares que compareceram à manifestação para dar o apoio à luta dos petroleiros, a exemplo dos deputados federais Joseildo Ramos (PT), Nelson Pelegrino (PT) e Alice Portugal (PCdoB), além do vereador de Madre de Deus, Val Peças (PPS). O presidente da CUT Bahia, Cedro Silva, também participou do ato, convocando todos os trabalhadores a se unirem para “barrar a destruição do país, que está sendo feita pelo governo federal que vem se mostrando incompetente em diversos assuntos”.
Mas de acordo com os petroleiros, a luta contra a privatização do Sistema Petrobrás ultrapassa as questões corporativas. “Essa deve ser uma luta de toda a sociedade”, pondera o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, lembrando o importante papel desempenhado pela estatal em prol do desenvolvimento do Brasil. “A venda das refinarias é um ataque à soberania nacional e a autonomia do país em relação ao processamento de derivados de petróleo, colocando um setor estratégico da economia brasileira nas mãos de empresas estrangeiras”.
No caso da RLAM – a primeira do Sistema Petrobrás e a segunda do país em capacidade de processamento -, a venda trará graves impactos à economia baiana, principalmente na geração de empregos, pois a tendência de qualquer empresa multinacional, que só visa o lucro, é diminuir o número de empregados. Em consequência, aumenta também o risco operacional e ambiental, pois os trabalhadores que permanecem na empresa ficam sobrecarregados, realizando, sozinhos, o trabalho de dois ou mais funcionários. Os trabalhadores também temem perder direitos adquiridos após décadas de luta, a exemplo da AMS e da Petros, caso a venda das refinarias se concretize.
A equivocada política dos preços dos combustíveis
Na segunda-feira (29), a Petrobrás anunciou um novo reajuste no preço da gasolina nas refinarias, o que deve provocar um aumento de 3,5% na média do litro da gasolina. Fato que comprova o equivoco do governo federal de insistir em um política que ao acompanhar o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar desencadeia aumentos sucessivos, que já chegaram a ser diários, da gasolina, diesel e gás de cozinha, sem haver nenhuma proteção ao consumidor.
Para o Sindipetro Bahia , o problema será agravado com a venda das refinarias, pois não haverá qualquer tipo de controle e a tendência é que haja aumentos ainda maiores do preço dos combustíveis nas bombas. “Essa política de preços só favorece o mercado e os grandes investidores, em especial as grandes petroleiras internacionais”.
O temor, de acordo com a FUP, é que o refino saia de um monopólio estatal, que por lei precisa proteger o consumidor, para um monopólio privado, onde não há compromisso do controle de preços.
No caso da Bahia, além do próprio estado, municípios como São Francisco do Conde, Madre de Deus, Candeias e São Sebastião do Passé serão os mais prejudicados, com a venda da RLAM, não só pela diminuição dos impostos, mas também pela redução dos postos de trabalho, pois são nesses municípios onde se concentram o maior número de trabalhadores terceirizados que prestam serviço à Petrobras.
Outras mobilizações e manifestações estão sendo programadas e a categoria petroleira não descarta a deflagração de uma greve.
Fonte – Sindipetro Bahia
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