Ato em frente à Rlam marca primeiro dia de greve dos petroleiros da Bahia, nessa quinta (18)
fevereiro 17, 2021 | Categoria: Notícia
Os petroleiros da Bahia entram em greve por tempo indeterminado à zero hora e 1 minuto dessa quinta-feira (18). A luta da categoria é por direitos, empregos e contra a insegurança e também contra a pressão e o assédio moral, que viraram ferramentas de gestão da atual direção da Petrobrás.
Para marcar o primeiro dia de greve, a categoria participa de um grande ato em frente à Refinaria Landulpho Alves (Rlam), a partir das 7h dessa quinta. Já estão confirmadas as presenças do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, do presidente nacional da CTB, Adilson Araújo e de representantes de outras centrais sindicais.
Estarão presentes ainda representantes de confederações e federações de trabalhadores e trabalhadoras de empresas públicas e estatais e de movimentos sociais e da juventude, a exemplo do MST, MAB, MPA e Levante Popular da Juventude.
Também já confirmaram presença dirigentes das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e lideranças políticas nos âmbitos municipal, estadual e nacional, além de parlamentares.
Os trabalhadores próprios e terceirizados da Rlam e do Temadre (Terminal de Madre de Deus) também vão participar da mobilização. ..
Movimento é legítimo e legal
A diretoria do Sindipetro participou de reuniões de negociação com o RH corporativo da Petrobras, mas não houve avanço, por isso, a categoria confirma a deflagração do movimento paredista, aprovado em assembleias que aconteceram em todas as unidades do Sistema Petrobras em dezembro de 2020. .
As reivindicações são pautas antigas de luta que o Sindipetro vem tentando avançar desde 2018, sem sucesso. “Chega uma hora que não dá mais. É preciso paralisar as atividades para que a direção da estatal olhe para os inúmeros problemas que vêm acontecendo em suas unidades”, diz o coordenador do Sindipetro, Jairo Batista.
O Sindipetro vai manter, como determina a lei, o efetivo mínimo para garantir os serviços inadiáveis e indispensáveis a população. Mas não irá debater, como queria a Petrobrás, sobre os demais serviços que não fazem parte desse escopo, pois esses não estão no amparo da lei que determina o contingente mínimo em caso de greve.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ressalta que “a decisão da atual gestão da Petrobrás de acelerar a venda e o desmonte de suas unidades na Bahia, vem afetando não só a economia do estado e de diversos municípios que têm nos impostos pagos pela estatal (royalties, ISS, ICMS) uma importante fonte de receita, mas vem provocando também a perda de postos de trabalho”.
Com a venda da Refinaria Landulpho Ahá lves para o fundo árabe Mubadala, por R$ 1,65 bilhão, essa situação tende a piorar. Há grande insegurança entre os trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobrás. “Faltam transparência e empatia dessa gestão. Em nenhum momento o Sindipetro foi chamado para discutir como vão ficar os contratos desses trabalhadores caso a venda da Rlam seja concretizada. Sabemos que muitos trabalhadores terceirizados serão demitidos e os próprios estão sendo pressionados a aderir ao Plano de Demissão Voluntária, ou serão transferidos para outros estados”, denuncia o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa.
É importante ressaltar que o Sindipetro Bahia sempre destacou a sua luta contra o desmonte do Sistema Petrobras, em especial da RLAM, cujas mobilizações vêm ocorrendo desde o governo FHC, passando pelo final do governo Dilma, em 2015, até os dias atuais, em defesa da primeira refinaria do país, como uma luta de todos os brasileiros pela soberania nacional, de nossas riquezas naturais e energia. Nesse sentido foi destacado na notificação de greve enviada à Petrobrás, que caso a venda se concretize, a greve ainda se fez necessária pela manutenção dos empregos, sejam dos próprios ou dos terceirizados, da realização de tratativas verdadeiras com trabalhadores para discutir as contratações e o futuro dos atuais contratos de trabalho, do fim dos assédios aos trabalhadores e da garantia de um ambiente laboral saudável.
Fonte – {Imprensa Sindipetro Bahia}