Artigo – Governo Bolsonaro vive à base de mentiras. Objetivo sempre foi o de privatizar a Petrobras
julho 23, 2021 | Categoria: Notícia
Attila Barbosa*
Pois é, a conversa fiada era que a política de “desinvestimento” aplicada na Petrobras seria para relocar os recursos para a área de exploração e produção de petróleo em águas profundas, mas o que vemos é o sucateamento e ataques a empresa como um todo, inclusive no setor de exploração e produção.
Quando olhamos os números, o setor de exploração e produção é onde tem ocorrido, percentualmente, maior “desinvestimento” da companhia, por essa razão que a produção de petróleo caiu. Isso mostra as mentiras que são contadas sobre o que se tem feito com a Petrobras, deixando nítido para quem quiser ver que o objetivo dos liberais e deste governo é privatizar a companhia, totalmente.
É lamentável assistirmos aos investimentos, renda e empregos serem deslocados do Brasil para outras partes do mundo, bem como nossas riquezas estratégicas serem entregues para outros países, enquanto o Brasil passa por um processo de desindustrialização, acelerado pelas políticas liberais em curso. Enquanto isto, o povo sofre com as altas taxas de desemprego, perde renda e poder de compra, inclusive na cesta básica. Estamos à mercê de uma política equivocada de energia e passamos a pagar mais caro pelo gás de cozinha, pela energia elétrica e pelos combustíveis (diesel, gasolina e gás natural), pressionando toda a cadeia produtiva.
O país poderia usar o seu potencial diante da riqueza que tem – o pré-sal brasileiro – aumentando a produção de petróleo e seus derivados através de sua principal empresa estatal, a Petrobras, gerando caixa e dividendos para o governo. No entanto, tem feito justamente o contrário, diminuindo nossa produção de petróleo e seus derivados, aumentando a importação de combustíveis, esquartejando a Petrobras e tirando desta grande Companhia a sua vantagem competitiva de ser uma empresa integrada.
A Petrobras está sendo destruída. Vendida aos pedaços por valores irrisórios. O governo Bolosonaro/Guedes já vendeu a Liguigás (distribuidora de gás), a BR Distribuidora (responsável pela venda de combustíveis no varejo), diversos campos de petróleo e gás, principalmente no Nordeste e parte da TAG – Transportadora Associada de Gás S.A – encarregada da logística, o que fez com que a Petrobras passasse a gastar R$ 3 bilhões anuais para alugar da transportadora os gasodutos que privatizou.
E tem mais: 50% do parque de refino da estatal está à venda. A Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, está sendo comercializada pela metade do valor de mercado. Por que a pressa? Por quê vender em plena pandemia, com uma economia em frangalhos?
Ao contrário do que vinha afirmando – que o “desinvestimento” tinha como objetivo focar no pré-sal, a gestão da Petrobras também está vendendo campos produtivos importantes em águas profundas, diminuindo a produção estatal de petróleo cru.
São inúmeras as mentiras contadas pelas gestões da Petrobras, indicadas por esse governo liberal de Guedes e Bolsonaro. Eles mentem para o povo brasileiro, e agem assim, inclusive, nas audiências e sessões no parlamento nacional e tribunais federais e tampouco respeitam as instituições, o que tem levado a classe trabalhadora organizada através de suas associações, sindicatos e Federação (os sindicatos e associações de petroleiros e petroleiras espalhados pelo Brasil e a Federação Única dos Petroleiros – FUP), a recorrer, reiteradas vezes, ao Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar barrar a privatização da Petrobras. Contando com o apoio de Parlamentares comprometidos com a Soberania Nacional.
Mas a mentira tem perna curta como diz o ditado popular. O tempo vem passando e com ele a realidade dos fatos se mostra, a má gestão do governo na política de energia do país e no setor de petróleo e gás, junto com as verdadeiras intenções do governo atual e seu ministro da economia para com a Petrobras, que é sua total privatização.
Esperamos, com essa exposição atual na mídia, praticamente todas as semanas, sobre o que ocorre com a Petrobras e no setor de combustíveis do país, que as autoridades competentes tomem as providências necessárias e interrompam esse ataque a Petrobras e ao povo brasileiro, uma vez que defender a Petrobras é defender o Brasil, sua soberania e o patrimônio público.
* Diretor do Sindipetro Bahia e funcionário da RLAM
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