9° Congresso d@s Petroleir@s da Bahia é aberto com análise de conjuntura econômica e política e boa participação da categoria

julho 4, 2020 | Categoria: Congressos, IX Congresso, Notícia

Com a sala virtual da plataforma zoom contando inicialmente com a presença de 80 pessoas, foi aberto na manhã desse sábado (4) o 9° Congresso d@s Petroleir@s da Bahia, com a leitura do Regimento Interno, que guiou o evento durante todo o dia. A categoria também acompanhou o congresso através do facebook e youtube da entidade sindical.

Devido à pandemia da covid-19, a mesa diretora do congresso, montada de forma presencial, foi composta apenas por duas pessoas, a diretora do Sindipetro, Elizabete Sacramento e o coordenador da entidade sindical, Jairo Batista.

Na abertura do evento foi montada uma mesa virtual de onde as lideranças sindicais e políticas saudaram a categoria petroleira.

O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, falou da “árdua tarefa de fazer a luta em defesa da Petrobrás, dos direitos da classe trabalhadora, mas não esquecendo a real necessidade de, nesse momento, estar à frente da luta para construir um novo modelo de sociedade”.

O diretor interino da FUP, Deyvid Bacelar, falou sobre os desafios que a categoria petroleira irá enfrentar nessa campanha reivindicatória, lembrando que esse ano, não só o ACT e a luta contra a privatização da Petrobrás estarão à frente da nossa campanha. “Precisamos construir uma frente de esquerda programática e uma coalização democrática mais ampla para derrubarmos esse governo antes que ele a acabe com o Brasil e os brasileiros”.

O coordenador licenciado da FUP, José Maria Rangel, fez um breve resgate da luta dos petroleiros, mostrando que a categoria sempre esteve do lado certo da história, ressaltando os grandes desafios que estão sendo enfrentados não só pelos petroleiros, mas por toda a classe trabalhadora como a luta em defesa da democracia, o restabelecimento dos direitos políticos de Lula, a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, da Petrobrás e d soberania nacional.

A diretora do Sindipetro, Elizabete Sacramento, que também estava representando a CNQ, lembrou que estamos no mês de julho, quando é comemorado o Julho das Pretas, ressaltando a necessidade de avançar na luta de classe e de gênero e contra o racismo, mas observando as particularidades, “pois as lutas são diferenciadas, as dores das mulheres pretas, por exemplo, só nós mulheres pretas podemos entender, sentir, e fazer essa construção para passar para a sociedade”.

Leila Santana, que representou o movimento dos campesinos e Bruna, representando o Levante Popular da Juventude, falaram sobre solidariedade política, da importância da luta operária e da juventude, ressaltando o direito à vida, educação e saúde.

Também estiveram presentes, a presidenta da CUT Bahia, Leninha Oliveira e o presidente da CTB- Bahia, Paschoal Carneiro. Eles falaram sob a dissolução do estado nacional sob o governo de extrema direita de Bolsonaro e da necessidade da unidade da classe trabalhadora. A deputada estadual Fátima Nunes (PT) foi outra autoridade a saudar os petroleiros, lembrando que hoje “a luta da classe trabalhadora não é apenas pelos direitos da sua categoria, mas de toda a sociedade”.

O senador Jaques Wagner fez questão de saudar os petroleiros, afirmando que no Senado toda a bancada do PT e partidos progressistas estão encampando várias batalhas e uma delas é evitar o desmonte e privatização da Petrobrás, evitando, por exemplo, que a estatal crie subsidiárias de fachada para tentar vender ilegalmente as suas unidades.

Palestras

Análise de conjuntura: crise econômica x crise política

O ex-deputado federal, José Dirceu, fez um breve relato sobre a história do Brasil, da política brasileira e da presença dos militares no poder.

Para ele a esquerda continua sendo uma grande força e uma frente ampla a favor da democracia deve também ter o “fora Bolsonaro” e o impeachment já. “Nesse sentido, todos são bem vindos”.

Dirceu acredita que após a pandemia grandes atos vão ganhar as ruas. “Mas, por enquanto, temos de fazer pequenas e muitas manifestações, com pouca gente, respeitando as regras do distanciamento social, fazer manifestações virtuais, nas redes sociais e também ir para os bairros, as periferias, prestar solidariedade para aqueles que vivem em condições precárias”. Ele afirmou ainda que a Petrobras é o alvo principal do golpe.

Geopolítica do petróleo, Petrobrás e o pós pandemia

O economista, membro do INEEP e ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o setor petróleo nunca passou por uma situação como a atual. “O mundo do petróleo está em crise e o Brasil está mudando a sua posição, colocando o país apenas como exportador de petróleo cru, o que desencadeia profundas mudanças regionais, como a saída da Petrobrás do Nordeste e Norte. Para o economista, seguindo essa lógica a Petrobrás pode ter sérios problemas devido à flutuação do preço do barril do petróleo. “Está indo na contramão de outras grandes companhias de petróleo do mundo que apostam na integração como forma de proteger a própria empresa”.

Empregos e Direitos durante e pós pandemia

O Assessor jurídico do Sindipetro Bahia, Clériston Bulhões, em sua palestra, abordou as MPs 936 e 927, que trata, entre outras coisas, sobre as relações de trabalho durante a pandemia da covid-19. O advogado se ateve com mais atenção à MP 927, que será votada no dia 22/07 no Congresso Nacional e pode virar lei. Se isso acontecer pode ocasionar incontáveis prejuízos para a classe trabalhadora como a redução de salário em 25%, prazo de apenas 48h para notificação de férias, que podem não ser pagas antecipadamente, prorrogação de 18 meses para os bancos de horas, que também podem funcionar como negativos. Além de antecipação de feriados e férias coletivas.

Já a Supervisora Técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias, afirmou que a pandemia é um potencializador de problemas que já existiam no Brasil. “Os dados do mercado de trabalho apontam que já estávamos em recessão mesmo antes dela”. Para a economista, a situação tende a piorar. “Está sendo criado um ciclo vicioso de redução de emprego, de renda e de atividade econômica e, infelizmente, o Brasil caminha para uma depressão econômica. Não dá para imaginar, minimamente, um cenário possível de retomada econômica.

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Fonte – Sindipetro Bahia