Mais de 50 trabalhadores participaram do 3° curso sobre o benzeno, na sede do Sindae, no Barris. O curso que foi ministrado pela pesquisadora do Fundacentro, Drª. Arline Sydneia Arcuri, destacou as consequências da substância química para os trabalhadores e como diminuir os prejuízos à saúde.
Durante o evento, a Drª Arline Arcuri alertou os frentistas para que eles não naturalizem o odor dos combustíveis que é causado pelo benzeno, pois esse comportamento coloca em risco a saúde deles. "Pelo contato diário, muitos frentistas já nem sentem aquele incômodo cheiro nos combustíveis e isso é ruim. Os frentistas devem se preocupar com isso", adverte.
A pesquisadora da Fiocruz-RJ, Drª. Márcia Scarpa, realizou uma avaliação da exposição ao benzeno e os seus efeitos tóxicos em trabalhadores e postos revendedores de combustíveis do Rio de Janeiro, e com esses resultados da sua pesquisa explicou as principais infrações cometidas pelos postos e trabalhadores, culminando para exposição da saúde desses profissionais. Ela também abordou sobre o objetivo desse estudo.
"Muitos trabalhadores acabam ficando invisibilidados pelo Sistema [SUS], e o nosso objetivo é entender as especificidades dos trabalhadores de postos de gasolina para que o SUS possa atender melhor essa demanda", explica.
Para o diretor do Sinposba, Antônio Lago, os empresários ignoram a saúde do trabalhador.
"Os patrões ainda pensam como os senhores de engenho e estão nem aí para a qualidade de condições de trabalho. Eles olham para essas reinvindicações sempre pensando em como eles vão poder economizar e se vão conseguir uma parceiros com o poder público para sair de graça pra ele", critica.
O diretor de SMS do Sindipetro Bahia, Leonardo Urpia, acredita que o curso cumpre um papel fundamental para o meio ambiente de trabalho e em defesa da saúde dos trabalhadores, ao levar informações a sociedade sobre os perigos e consequências do benzeno.
"Esse curso traz o propósito de esclarescer e permitir que as pessoas possam identficar os riscos no local de trabalho, e possam exercer as suas funções com prejuízos cada vez menores. Afinal, mesmo sem saber, a sociedade está consumindo, está interagindo e sofrendo contato diário com o benzeno", pontua Urpia.
FONTE: Sindipetro Bahia