Com o tema “Petroleiros e petroleiras: uma história de luta”, o segundo painel de discussão fechou a programação da manhã do 8º Congresso de Petroleiros da Bahia, neste sábado (30), no Portobello Ondina Hotel, em Salvador. Participaram da mesa, o economista Cloviomar Cararine, o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, o conselheiro deliberativo eleito da Petros, Paulo César Martin, e o assessor jurídico do Sindipetro Bahia, Clériston Bulhões.
Na abertura do segundo painel de discussão, o economista Cloviomar Cararine mostrou o balanço econômico dos últimos cinco anos da Petrobras e explicou os motivos que conduziram os resultados finais da estatal, além de falar sobre a mudança de estratégia de mercado da petroleira. O economista também apresentou dados referentes as mudanças estratégicas de gestão de pessoas na empresa e os efeitos para os trabalhadores. “Essa empresa [Petrobras] além de ser uma nova empresa, completamente nova, ela está em disputa com vocês [categoria]”, diz o economista.
Para Cloviomar, o cenário não é positivo para os trabalhadores. Ele acredita que o atual governo presidido por Jair Bolsonaro (PSL), deve dar seguimento a reforma trabalhista iniciada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). “A tendência é que os empresários excluam o sindicato das negociações e implantem as medidas que eles quiserem, sem negociações”, afirma ao acreditar que esse é um dos desdobramentos da reforma trabalhista.
Em seguida, o assessor jurídico do Sindipetro Bahia, Clériston Bulhões, apresentou os avanços conquistados pela categoria. Para Clériston, a categoria petroleira possui um Acordo Coletivo de Trabalho privilegiado, se comparado as outras categorias no Brasil e no mundo. O assessor jurídico explica que o modelo de desburocratização do mercado de trabalho que o Brasil tem copiado do restante do mundo tem criado um ambiente de “desproteção”. “O neoliberalismo demorou de chegar no Brasil. Enquanto já tinha chegado em todo o mundo, os governos Lula e o governo Dilma seguraram o avanço do neoliberalismo no Brasil”, destaca. Ele também ressaltou todos os avanços contido no Acordo Coletivo da categoria que são fruto da luta dos petroleiros, seus sindicatos e federação, que corre um grande risco de serem perdidos com o atual governo que vem perseguindo os sindicatos e os trabalhadores.
Na apresentação do coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, ele reforçou as palavras de Clériston Bulhões e disse que “através de muita luta e mobilização” os petroleiros possuem atualmente o melhor Acordo Coletivo de Trabalho do país. Dando continuidade a sua apresentação, o coordenador da FUP explicou alguns problemas financeiros da Petrobras e justiçou com a queda de preço do barril de Petróleo. “Ninguém esperava por isso, mas em 2016 o preço do barril de petróleo caiu de US$ 117 para US$ 25. Uma desvalorização tremenda”, pontua.
Fechando o segundo painel do congresso, o conselheiro deliberativo eleito da Petros, Paulo César Martin, disse que apesar das conquistas do Acordo Coletivo de Trabalho, ainda existem “muitos pepinos para serem resolvidos”. Ele ainda criticou os militares que compõem o atual governo de Bolsonaro pela falta de nacionalismo. Rangel afirmou que a categoria petroleira tem um grande desafio pela frente, ressaltando que esse ano a FUP encaminhará a negociação coletiva, levando em conta três pilares: o ataque a liberdade sindical, o ataque a Petrobras e o ataque aos direitos da categoria petroleira.
FONTE: Sindipetro Bahia