O Ministério Público Federal (MPF) está investigando o principal mentor e articulador da campanha de Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, por crime de gestão fraudulenta envolvendo investimentos geridos por ele com recursos aportados por fundos de pensão, entre eles a Petros. Guedes, que pode tornar-se o futuro ministro da Fazenda, caso Bolsonaro seja eleito presidente, também é acusado de emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantia.
Além disso, o MPF apontou que um dos fundos de investimentos do guru de Bolsonaro ganhou R$ 85,7 milhões só com taxas de administração abusivas, que eram aplicadas sobre o capital subscrito, em vez do capital investido. Corrigido pela taxa Selic, esse valor chega a R$ 152 milhões.
Ainda segundo as investigações do Ministério Público, um dos fundos de Paulo Guedes, o FIP Brasil de Governança Participativa, utilizou recursos dos fundos de pensão para investir mais de R$ 112,5 milhões na Enesa, grupo que atua na área de infraestrutura. Após esse aporte, a empresa distribuiu R$ 77,3 milhões em lucros para os acionistas, sendo que os lucros obtidos, segundo o MPF, foram de R$ 45 milhões.
A FUP, através de seus conselheiros deliberativos eleitos na Petros, Paulo César Martin e Norton Almeida, solicitou que a Fundação instale uma comissão interna de apuração para levantar se houve irregularidades nos investimentos intermediados por Paulo Guedes.
“A Petros precisa esclarecer se a avaliação e aprovação desses investimentos foram feitas corretamente, de acordo com as normas internas da Fundação, conforme prevê a legislação do setor”, informam Paulo César e Norton, explicando que todos os investimentos devem ser avaliados, levando em conta as análises de risco, análise jurídica e análise financeira. “Todos esses trâmites foram cumpridos? Paulo Guedes obteve ganhos ilícitos com essas operações?”, questionam os conselheiros eleitos.
Na quinta-feira, 25, o Ministério Público Federal intimou o diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), Fábio Henrique de Souza Coelho, a explicar os motivos que levaram à dispensa do auditor Marcelo Freitas Toledo de Melo da Coordenação-Geral de Monitoramento. O auditor chefiava a equipe de servidores responsáveis por subsidiarem a força-tarefa da operação que investiga as irregularidades nos investimentos dos fundos de pensão. Ele foi dispensado duas semanas após o MPT abrir o inquérito contra Paulo Guedes.
[FUP]