O que você achou dessa matéria?
bom (2) ruim (0)
Publicado: 03/08/2018 | 2688 visualizações

Carta aberta: O Petróleo é do Povo Brasileiro

Em defesa da Petrobrás 100% pública e estatal sob controle dos trabalhadores!

Abaixo, Carta Aberta em defesa dos recursos naturais e do patrimônio público brasileiros já assinada por algumas organizações sociais e políticas.

As entidades, organizações e movimentos que desejarem somar-se à iniciativa, estão convidadas a assinarem e publicizarem a Carta Aberta e também construir as lutas contra os retrocessos sociais, econômicos e políticos por que passamos.
________________________________________________

Por ocasião da realização do curso de formação política para refletir sobre a geopolítica do petróleo, em especial sobre o tema do papel estratégico da Petrobrás, realizado na Universidade Estadual de Maringá - UEM, e preocupados com os destinos do nosso país, da empresa estatal petrolífera e do petróleo do Pré-sal, externamos nosso compromisso em defesa desse grande patrimônio do povo brasileiro. Nosso propósito é garantir que a Petrobrás continue sendo propriedade do povo brasileiro.

Os recursos provenientes do Pré-sal, que representa a maior descoberta de reservas de petróleo dos últimos 40 anos em todo o mundo, fruto do esforço e de vultosos investimentos realizados por essa empresa brasileira, devem contribuir definitivamente para tirar o país do atraso e contribuir para o
seu desenvolvimento. As riquezas geradas pelo petróleo brasileiro devem ser destinadas em especial à garantia da educação e da saúde, do desenvolvimento da ciência e tecnologia, bem como para assegurar a oferta de serviços e produtos com preços justos à sociedade, e para a formação de
pessoas, recolocando a Petrobrás como empresa 100% pública e estatal, voltada ao desenvolvimento econômico e social.

A greve dos caminhoneiros foi reflexo da “nova” política de preços dos combustíveis e do desmonte da Petrobrás, mas esse movimento também foi a manifestação de uma tragédia anunciada em processo de construção nos horizontes do país, fruto da política de destruição da soberania e do patrimônio nacional.

É exemplo de uma política construída para atender aos interesses transnacionais, que foi sentido no preço dos combustíveis por um importante segmento das atividades econômicas do Brasil, e amplamente pelo conjunto das camadas populares que sentem a pressão que os altos preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha causam sobre os seus salários e renda. Tal situação deixou em evidência o alto custo do processo de submissão a interesses privados nacionais e internacionais de empresas como a Petrobrás e Eletrobrás e os recursos que elas exploram.

Nesse contexto, sob uma fachada de combate à corrupção, a engenharia nacional, que acumula o desenvolvimento das últimas seis décadas e estava presente em 41 países, foi destruída e ocupada por empresas e profissionais estrangeiros, deixando desempregados mais de 60 mil profissionais brasileiros do setor.

Todo esse processo até aqui caracterizado deve ser imediatamente interrompido. Não podemos nos omitir e devemos alertar e dialogar com a sociedade brasileira, especialmente com as camadas populares, acerca da tragédia que toma contornos trágicos para a economia do país e os reflexos que ela gera em outros aspectos da vida social, trazendo o aprofundamento das desigualdades de renda e de propriedade, e, em consequência, no crescimento da miséria, da fome e da violência.

Esse é o custo a ser pago por um grande esquema de caráter jurídico, político, midiático e empresarial vinculado aos interesses financeiros transnacionais.

Nossa atuação deve ser no sentido de alertar, de dialogar e de mobilizar a sociedade na defesa dos nossos recursos naturais, do patrimônio público e da soberania nacional como propulsores do desenvolvimento econômico e social, orientados a atender as demandas dos amplos setores populares que sofrem com o desemprego, com a fome, a falta de moradia e acesso à saúde, a educação, a cultura, o lazer e outros elementos básicos à satisfação da dignidade e do desenvolvimento humano.

 

Maringá - PR, julho de 2018

 

___

Entidades signatárias desta Carta:

  1. MUP/UEM – Movimento por Uma Universidade Popular de Maringá/PR
  2. SENGE – Sindicato dos Engenheiros do Paraná
  3. CAGEO UEM - Centro Acadêmico de Geografia
  4. NUCRESS - Núcleo do Conselho Regional de Serviço Social de Maringá/PR
  5. UJC - União da Juventude Comunista de Maringá
  6. DCE - Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá
  7. CAFF UEM - Centro Acadêmico Florestan Fernandes
  8. CAEPRO UEM - Centro Acadêmico de Engenharia de Produção
  9. EMS - Escola Milton Santos de Agroecologia de Maringá
  10. SINDIPETRO - PR/SC - Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina
  11. SINDIPETRO BA - Sindicato dos Petroleiros da Bahia
  12. AEPET - Associação dos Engenheiros da Petrobrás
  13. Carlos Emar Mariucci - Vereador e Presidente do PT de Maringá/PR
  14. NUCRESS - Núcleo do Conselho Regional de Serviço Social de Apucarana/PR
  15. CAEQ UEM - Centro Acadêmico de Engenharia Química
  16. Edson Scabora - Engenheiro Químico e vice-prefeito de Maringá/PR
  17. CAAU UEM - Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo
  18. SESDUEM - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá
  19. SINTEEMAR - Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá
  20. APP SINDICATO - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública - regional Paranavaí/PR
  21. ESPAÇO MARX Maringá
  22. ASSIBGE - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE - Núcleo do Paraná
  23. ESPAÇO MARX Campo Mourão/PR
  24. SINDUNESPAR - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Paraná