Em defesa da Petrobrás 100% pública e estatal sob controle dos trabalhadores!
Abaixo, Carta Aberta em defesa dos recursos naturais e do patrimônio público brasileiros já assinada por algumas organizações sociais e políticas.
As entidades, organizações e movimentos que desejarem somar-se à iniciativa, estão convidadas a assinarem e publicizarem a Carta Aberta e também construir as lutas contra os retrocessos sociais, econômicos e políticos por que passamos.
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Por ocasião da realização do curso de formação política para refletir sobre a geopolítica do petróleo, em especial sobre o tema do papel estratégico da Petrobrás, realizado na Universidade Estadual de Maringá - UEM, e preocupados com os destinos do nosso país, da empresa estatal petrolífera e do petróleo do Pré-sal, externamos nosso compromisso em defesa desse grande patrimônio do povo brasileiro. Nosso propósito é garantir que a Petrobrás continue sendo propriedade do povo brasileiro.
Os recursos provenientes do Pré-sal, que representa a maior descoberta de reservas de petróleo dos últimos 40 anos em todo o mundo, fruto do esforço e de vultosos investimentos realizados por essa empresa brasileira, devem contribuir definitivamente para tirar o país do atraso e contribuir para o
seu desenvolvimento. As riquezas geradas pelo petróleo brasileiro devem ser destinadas em especial à garantia da educação e da saúde, do desenvolvimento da ciência e tecnologia, bem como para assegurar a oferta de serviços e produtos com preços justos à sociedade, e para a formação de
pessoas, recolocando a Petrobrás como empresa 100% pública e estatal, voltada ao desenvolvimento econômico e social.A greve dos caminhoneiros foi reflexo da “nova” política de preços dos combustíveis e do desmonte da Petrobrás, mas esse movimento também foi a manifestação de uma tragédia anunciada em processo de construção nos horizontes do país, fruto da política de destruição da soberania e do patrimônio nacional.
É exemplo de uma política construída para atender aos interesses transnacionais, que foi sentido no preço dos combustíveis por um importante segmento das atividades econômicas do Brasil, e amplamente pelo conjunto das camadas populares que sentem a pressão que os altos preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha causam sobre os seus salários e renda. Tal situação deixou em evidência o alto custo do processo de submissão a interesses privados nacionais e internacionais de empresas como a Petrobrás e Eletrobrás e os recursos que elas exploram.
Nesse contexto, sob uma fachada de combate à corrupção, a engenharia nacional, que acumula o desenvolvimento das últimas seis décadas e estava presente em 41 países, foi destruída e ocupada por empresas e profissionais estrangeiros, deixando desempregados mais de 60 mil profissionais brasileiros do setor.
Todo esse processo até aqui caracterizado deve ser imediatamente interrompido. Não podemos nos omitir e devemos alertar e dialogar com a sociedade brasileira, especialmente com as camadas populares, acerca da tragédia que toma contornos trágicos para a economia do país e os reflexos que ela gera em outros aspectos da vida social, trazendo o aprofundamento das desigualdades de renda e de propriedade, e, em consequência, no crescimento da miséria, da fome e da violência.
Esse é o custo a ser pago por um grande esquema de caráter jurídico, político, midiático e empresarial vinculado aos interesses financeiros transnacionais.
Nossa atuação deve ser no sentido de alertar, de dialogar e de mobilizar a sociedade na defesa dos nossos recursos naturais, do patrimônio público e da soberania nacional como propulsores do desenvolvimento econômico e social, orientados a atender as demandas dos amplos setores populares que sofrem com o desemprego, com a fome, a falta de moradia e acesso à saúde, a educação, a cultura, o lazer e outros elementos básicos à satisfação da dignidade e do desenvolvimento humano.
Maringá - PR, julho de 2018
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Entidades signatárias desta Carta: