O que você achou dessa matéria?
bom (4) ruim (0)
Publicado: 23/05/2018 | 3324 visualizações

Nota de apoio do Sindipetro Bahia à greve dos caminhoneiros

Desde o dia 21/05 mais de 300 mil caminhoneiros estão em greve, permanecendo parados, com seus caminhões, nas estradas do Brasil. Eles protestam contra o aumento do valor do óleo diesel, que tem tido altas consecutivas devido à mudança da política de gestão da atual direção da Petrobrás, o que influenciou no aumento do preço de combustíveis e favoreceu as importadoras.

Setores automobilístico e de alimentos já sentem os efeitos da greve. Em muitas cidades do Brasil a exemplo do Recife e Rio de Janeiro, a frota de ônibus foi reduzida por causa do  desabastecimento de combustível. 

A diretoria do Sindipetro Bahia vem a público externar total solidariedade e apoio aos caminhoneiros que, de forma coesa e corajosa, deflagraram essa greve contra o aumento abusivo do preço dos combustíveis.


A atual política da Petrobrás acompanha o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar. Devido a isso, a empresa tem aumentado, quase que diariamente, o preço dos seus derivados de petróleo como gasolina, diesel e gás de cozinha, sem dar nenhuma proteção ao consumidor.

Desde que Pedro Parente assumiu o comando da estatal tem trabalhado para garantir o lucro das empresas internacionais, desvalorizando e sucateando a Petrobrás. 


No caso do aumento do preço dos combustíveis é importante informar que a Petrobrás não está tendo ganhos significativos. Quem está ganhando com a nova política de preços são importadoras e outras distribuidoras como a Shell, Total, Texaco e Ipiranga, que têm redes de postos no Brasil. 


Com a redução da carga das refinarias da Petrobrás, também ordenada por Pedro Parente, as importadoras de derivados aproveitaram para entrar no mercado de derivados brasileiro. Em 2017, foram importados mais de 200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A refinaria Landulpho Alves, por exemplo, está operando com a carga de apenas 53%.


Se o governo golpista de Temer e Parente continuar com essa política, a situação tende a piorar, pois já foi anunciada a privatização das refinarias. Na Bahia, a RLAM e os dutos e terminais da Transpetro já foram colocados à venda. Com isso, não haverá qualquer tipo de controle e a tendência é que haja aumentos ainda maiores do preço dos combustíveis nas bombas.


O Brasil já viveu esse filme no governo de FHC, quando a gasolina brasileira chegou a ser cotada entre as 20 mais caras do mundo. Nos governos Lula e Dilma, as refinarias trabalhavam a pleno vapor, supriam o mercado interno e a população pagava preços acessíveis de combustíveis.


A redução dos preços dos derivados de petróleo é um dos eixos da greve que os petroleiros aprovaram para barrar o desmonte do Sistema Petrobrás, e pode ser deflagrada a qualquer momento.  Na pauta do movimento paredista constam também a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de combustíveis e a luta contra a privatização do Sistema Petrobrás.


Salvador, 23 de maio de 2018 


DIRETORIA DO SINDIPETRO BAHIA