Os indicadores financeiros apresentados pela Petrobrás neste primeiro trimestre de 2018 revelam o tamanho do desmonte que a empresa sofreu. Os R$ 6,96 bilhões que a gestão Pedro Parente anuncia como lucro são resultado das privatizações, que engrossaram em R$ 7,5 bilhões o caixa, e da redução dos investimentos, que encolheram R$ 5 bilhões em relação ao último trimestre de 2017.
Cada vez mais, a Petrobrás abandona o papel de indutora do desenvolvimento, para se concentrar no mercado internacional, caminhando a passos largos para ser apenas uma exportadora de óleo cru. As exportações nestes três primeiros meses do ano aumentaram 25% em relação ao trimestre anterior, saltando de 388 mil para 496 mil barris/dia, o que também refletiu no lucro, já que o preço do petróleo voltou a subir. Enquanto o mercado comemora, o país sofre as consequências da desintegração do Sistema Petrobrás.
Menor investimento dos últimos 13 anos
Estudo feito pela FUP, baseado em dados do BNDES, aponta que para cada R$ 1 bilhão investido no setor petróleo, cerca de 20 mil empregos são gerados. Pedro Parente faz exatamente o contrário. O total de investimentos feitos no trimestre (R$ 9,9 bilhões) foi o menor valor aplicado pela Petrobrás desde 2005. Enquanto isso, os bancos continuam se apropriando de bilhões e bilhões de reais, que poderiam estar movimentando a indústria e a economia nacional. Só nestes três primeiros meses do ano, Parente aumentou em R$ 20 bilhões o montante para pagamento da dívida e juros, quase o dobro do trimestre anterior.
Desmonte do refino e perda de mercado
Com exceção da área de Exploração e Produção, todos os demais segmentos do Sistema Petrobrás sofreram reduções de investimentos em torno de 50% neste primeiro trimestre de 2018. Um dos setores mais afetados foi o refino, cuja privatização foi anunciada recentemente. Os investimentos despencaram de R$ 1,1 bilhão para R$ 589 milhões, em relação ao último trimestre de 2017, o que fez com que a empresa reduzisse ainda mais a carga processada. O resultado tem sido a perda de mercado para as concorrentes. Não por acaso, as vendas de derivados caíram 7% em relação ao trimestre anterior: de 1.860 para 1.648 barris/dia.
Enquanto a mídia e os investidores comemoram os frutos do desmonte promovido por Pedro Parente, a população sofre com os preços exorbitantes dos combustíveis, com o desemprego em massa, com a destruição da indústria nacional, com a perda de soberania. O lucro que o mercado comemora é na realidade o maior prejuízo da história do Sistema Petrobrás, cuja conta quem está pagando é o povo brasileiro.
Fonte: FUP