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Publicado: 30/04/2018 | 2837 visualizações

Explosão em refinaria nos EUA deve servir de alerta para a Petrobrás

Nesta quinta-feira, 26, às vésperas do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, uma explosão seguida de incêndio em uma refinaria nos Estados Unidos feriu pelo menos 11 petroleiros e deixou em pânico 27 mil moradores da cidade Superior, onde fica localizada no estado de Wisconsin, na fronteira com o Canadá.

A refinaria tem 180 trabalhadores e pertence à empresa canadense Husky Energy, que processa petróleo de campos do Canadá e de Dakota do Norte. Até o momento, não há informações sobre vítimas fatais. Seis trabalhadores foram socorridos em hospitais e as últimas notícias são de que ao menos 11 pessoas se feriram no acidente.

Saldo do desmonte de Parente: 13 petroleiros mortos em acidentes

A explosão em uma unidade privada de refino ganha uma dimensão significativa para os petroleiros brasileiros, cujos riscos de acidentes se multiplicaram diante do desmonte do Sistema Petrobrás. As refinarias são a bola da vez da privataria da gestão Pedro Parente, que quer entregar às multinacionais o controle da Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Refap (RS) e Repar (PR), em um pacote fechado que inclui terminais e oleodutos.

A privatização já vinha sendo preparada, via sucateamento das unidades, com cortes de investimentos, precarização das condições de trabalho e redução dos efetivos, o que deixou os petroleiros muito mais vulneráveis a riscos. Em recente pesquisa feita pela FUP e seus sindicatos com os trabalhadores das refinarias, 94% dos 1.180 petroleiros que participaram da consulta afirmaram não se sentirem seguros nas unidades. Apenas 170 trabalhadores disseram ter tido algum tipo de treinamento sobre os procedimentos de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, como prevê a NR-20.

O cenário de insegurança é o mesmo nas plataformas, terminais e campos de produção terrestre, onde vários ativos estão sendo privatizados. O resultado desse desmonte é o aumento das ocorrências de emergência, acidentes frequentes e 13 trabalhadores mortos nos dois anos da gestão temerária de Parente.

28 de abril, marco na luta por segurança

Em 1969, no dia 28 de abril, uma explosão em uma mina nos Estados Unidos matou 78 operários. A data se transformou em um marco histórico da classe trabalhadora e foi incorporada às lutas de diversas categorias organizadas ao redor do planeta, como Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Mais do que dar visibilidade às lutas por saúde e segurança, essa é uma data classista, que está diretamente relacionada à batalha diária contra a exploração do capital. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada segundo, dez trabalhadores ao redor do mundo se acidentam ou adoecem em função do trabalho. São 300 milhões de vítimas por ano, que resultam em 2,3 milhões de mortes. Ou seja, a cada 15 segundos, uma pessoa morre trabalhando.

O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho, ficando atrás apenas da China, Índia e Indonésia. O golpe tornou ainda mais trágica essa realidade, ao liberar a terceirização e acabar com direitos básicos da CLT. Sem a rede de proteção que tinha antes do golpe, o trabalhador brasileiro ficou ainda mais exposto à precarização e entregue à própria sorte.

 

Fonte: FUP