Sociedade civil, autoridades políticas e representantes sindicais discutem sobre estratégia política armada para desmontar companhia
Uma saga em defesa de um dos mais importantes patrimônios do Brasil é vivida pelo povo brasileiro. Na última quinta-feira, 19, trabalhadores, representações sindicais, autoridades federais, estaduais e municipais estiveram presentes em mais uma audiência, desta vez ocorrida no Município de Lauro de Freitas.
Com o propósito de discutir o desmonte que tem sido realizado de forma escancarada pela atual gestão da companhia, uma audiência articulada pelo Sindipetro e o vereador do município de Lauro de Freitas, Roque Fagundes, atraiu ao auditório da Unime, dezenas de cidadãos preocupados com o futuro do Brasil, além de personalidades importantes no cenário político do nosso estado.
Após anúncio sobre a venda de participação nas refinarias Abreu e Lima (PE), Landulpho Alves, situada em São Francisco do Conde (BA), Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas, no Sul, além de 12 terminais associados, líderes sindicais e da bancada do Partido dos Trabalhadores se reuniram para tomada de decisão dos próximos passos para enfrentar esse período turbulento que vive o Brasil, a política e a companhia. Para Radiovaldo Costa, diretor do Sindipetro Bahia, a gestão que se encontra no poder está construindo todas as ações para desmontar o sistema Petrobrás. “Esta é mais uma ação articulada, mas esta é ousada e nunca tentada, pois privatizar o refino, privatizar o transporte e ainda tentar apresentar “argumentos” concretos neste sentido é muita pretensão. Os ataques à nossa companhia têm sido diários, mas nós não vamos sossegar. Estamos em luta”.
Relembre os fatos – Há aproximadamente um mês atrás, as Fafen’s Bahia e Sergipe foram apontadas para fechamento. Antecedente a isto, os campos de Miranga e Buracica e agora, a RLAM, que é responsável por 20% da arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do estado, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos (SEI).
Para o deputado federal Nelson Pelegrino, a Petrobras e o Pré-Sal poderiam significar o passaporte do Brasil para o futuro. “Nossa companhia com os recursos e as riquezas poderiam gerar na cadeia de óleo e gás a produção de 5 milhões de empregos em nosso país. Uma Black Friday das nossas organizações será feita até outubro pelo governo que está entregando criminosamente um dos maiores patrimônios brasileiros, enfatizou. A Federação Única dos Petroleiros - FUP informou que já somam mais de 30 ativos privatizados desde 2016. “Claramente estamos sofrendo um golpe político, que não é somente contra a Petrobrás ou os petroleiros, mas contra o brasileiro”, ressaltou Paulo Cesar, diretor da entidade.
José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás, fez uma retrospectiva de quando assumiu a companhia em 2003 e lembrou de como a estratégia estava concentrada em trabalhar de forma integrada para que a companhia operasse do poço ao posto. “É preciso que seja defendido o papel fundamental que a Petrobrás tem no desenvolvimento brasileiro, em defesa do modelo regulatório que permite a utilização dos recursos do Pré-sal para melhorar as condições de vida do povo brasileiro. Não falo em blindar ou atacar o governo, mas falo em lutar por direitos de ter emprego, renda e uma condição melhor de sobrevivência do país”, esclareceu.
Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas se fez presente e pontuou como o cenário tem sido construído para conspirar contra os brasileiros e contra Lula. “Apesar de todas as conspirações, a Petrobrás não será sucateada, pois nós, em conjunto com o povo brasileiro não permitiremos. Continuaremos lutando contra toda a corja formada para derrubar os feitos construídos pelo nosso presidente que lutou e deu voz ao cidadão brasileiro”.
Lídice da Mata, senadora da Bahia, relembrou momentos históricos de luta que o Brasil já enfrentou. “Não podemos admitir que nossas conquistas e tesouros sejam privatizados por conchavos políticos, beneficies à países estrangeiros ou acordos outros. A operação da RLAM possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Pólo Petroquímico de Camaçari. Sendo assim, como nos calar diante de tanta barbárie com famílias desestruturadas e sonhos destruídos?”, questionou Lídice.
Somente nos últimos cinco anos, a Refinaria Landulpho Alves já perdeu mais de 7 mil postos de trabalho. A redução da presença da companhia no setor de refino foi tentada pela primeira vez no governo de Fernando Henrique Cardoso, mas suspensa após resistência dos trabalhadores.
Fonte - Sindipetro Bahia