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Publicado: 03/04/2018 | 2048 visualizações

Privatização das refinarias, dutos e terminais coloca em risco abastecimento do país

As refinarias são a bola da vez da privataria promovida por Pedro Parente, como a FUP já vem alertando desde o ano passado. As notícias divulgadas pela imprensa neste final de semana adiantam o que está por vir: a venda em bloco, junto com terminais e dutos. Ou seja, o Estado está prestes a perder o controle sobre o refino de petróleo e transporte de derivados, atividades essenciais, que comprometerão o abastecimento do país.

Além da Petrobrás perder o protagonismo em um dos segmentos mais estratégicos da indústria petrolífera, a desnacionalização tornará o Brasil cada vez mais dependente das importações de derivados. Segundo dados da ANP, até novembro, o país já havia importado 207 milhões de barris de derivados em 2017, o maior volume já registrado pela agência. A importação de óleo diesel, o principal combustível comercializado, cresceu 64% em relação ao ano anterior.

O negócio é tão lucrativo que já atraiu para o Brasil mais de 200 empresas importadoras de combustíveis. A ANP estima que o mercado nacional crescerá mais 20% nos próximos dez anos. O Sindicom (Sindicato das Empresas de Combustíveis e Lubrificantes) prevê que, nas condições atuais, o Brasil já terá um déficit de 90 mil barris diários de derivados de petróleo em 2030.

É em meio a essa conjuntura, que Parente entregou os gasodutos para conglomerados internacionais, abriu o capital da BR Distribuidora e reduziu em mais de 20% a produção do parque de refino. A Rlam, uma das refinarias que está na lista de privatização, processava em 2014 mais de 300 mil barris diários de petróleo e hoje refina cerca de 190 mil, o que representa 51% da sua capacidade instalada.

Os prejuízos que a Petrobrás amargou em 2017 são reflexo desse desmonte. O lucro operacional do refino despencou 42%, a produção de derivados caiu 5% e as vendas diminuíram em 6%, levando o caixa da Petrobrás a encolher R$ 18,9 bilhões, em relação a 2016, apesar do consumo de derivados ter crescido 1% no período.

Sem a legitimidade das urnas, Temer e Parente, no curto espaço de dois anos, já comprometeram as seis décadas de esforço da nação brasileira para ter autonomia e protagonismo em uma atividade tão estratégica como é a indústria de petróleo. O país volta a ser dependente das importações, enquanto os golpistas entregam a toque de caixa nossas reservas para as multinacionais, sucateiam e vendem refinarias e dutos, na contramão das grandes nações produtoras de petróleo. O que mais falta para a população entender que defender a Petrobrás é defender o Brasil e que resistir a esse golpe é questão de soberania?

[FUP]