Em ato nesta quinta-feira, 22, em frente à sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, a FUP denunciou os prejuízos que o país e o povo brasileiro terão com o desmonte da indústria nacional de fertilizantes nitrogenados, em função da decisão temerária de Pedro Parente de colocar em hibernação as FAFEN´s da Bahia e de Sergipe, e privatizar as unidades do Paraná e do Mato Grosso do Sul. A manifestação ocorreu no mesmo dia em que as multinacionais Yara, da Noruega, e Acron, da Rússia, entregariam suas propostas para compra das Fafen`s PR e MS.
O diretor da FUP e do Sindiquímica-PR, Gerson Castellano, destacou que vários setores organizados da sociedade estão se manifestando contra a decisão temerária da gestão da Petrobrás de abandonar o segmento de fertilizantes nitrogenados, citando manifesto da Abiquim (Associação Brasileira das Indústrias Químicas). “Várias indústrias químicas correm o risco de parar suas atividades, pois não terão mais os insumos produzidos pelas Fafen`s”, explicou.
Ele lembrou que as fábricas de fertilizantes nitrogenados têm uma importância fundamental para a soberania alimentar do país, para o aumento do PIB e para o equilíbrio da balança comercial. “A agricultura que hoje é responsável por 40% do nosso PIB sofrerão diretamente o impacto do fechamento das Fafen´s, pois dependerão integralmente da importação de fertilizantes nitrogenados”, denunciou.
Durante o ato na sede da Petrobrás, a FUP também denunciou a privatização do setor elétrico e dos aquíferos brasileiros, como vem tentando fazer o governo ilegítimo de Michel Temer. “O apagão que ocorreu ontem em todo o Nordeste deixa muito claro o que a privatização faz. Sempre que privatizam setores estratégicos e essenciais, como energia, água e agora os fertilizantes, que está diretamente ligado à soberania alimentar, quem paga o preço é a população”, alertou a diretora da FUP, Cibele Vieira.
Ainda nesta quinta, houve mobilizações na Fafen-PR e na Bahia, onde o Sindipetro vem denunciando o desmonte das unidades de fertilizantes nitrogenados em audiências públicas nas Câmaras dos municípios que terão suas economias impactadas pelo fechamento das fábricas. O diretor da FUP e do Sindipetro-BA, Radiovaldo Costa, participou de reunião com o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Jorge Celestino, o prefeito e vereadores de Camaçari, para discutir alternativas que mantenham a Fafen-BA em atividade. Ele destacou que a desativação da fábrica afetará pelo menos 16 empresas do Polo de Camaçari: “É um efeito cascata que vai ocasionar o fechamento de outras empresas e diminuir, de forma significativa, o número de postos de trabalho”.
Fonte - FUP