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Publicado: 30/01/2018 | 3588 visualizações

RLAM: insegurança nas unidades de destilação

Na tarde da última sexta (26), operadores lotados na gerência de destilação da refinaria (RLAM/CB/DE) se reuniram com o Sindipetro para alertar sobre as condições de insegurança das unidades de processo. Segundo a denúncia, a gestão pretende reduzir ainda mais o efetivo da U-9 e U-32 e vem pressionando os operadores a se submeterem a 'treinamento-relâmpago' das unidades.

O cenário não é diferente nas outras áreas da RLAM e demais refinarias da Petrobrás. Para 'adequá-las' ao plano de privatização de ativos, a direção da empresa vem promovendo incentivos para demissão voluntária, aposentadorias e transferências entre unidades de negócios. Nessa esteira, aplica redução indiscriminada dos efetivos operacionais, trazendo ainda mais insegurança aos trabalhadores, às instalações da companhia e às comunidades do entorno. 

Essas ações causam profunda mudança no perfil das equipes operacionais. A análise dos operadores da destilação da RLAM é que as equipes estão mal dimensionadas e desequilibradas tecnicamente, já que muita gente experiente foi desligada e não houve processo adequado de transferência de conhecimento para a nova geração. Pessoas que atuavam no controle das unidades (CIC), exerciam supervisão e tinham vasto conhecimento dos processos saíram do setor.  
 
Mas as dificuldades não param por aí. A gestão do CB/DE vem pressionando para que operadores aprendam, em tempo recorde, diferentes unidades de processo. A cobrança é que os trabalhadores passem a atuar em ambas unidades, U-9 e U-32. 

O Sindipetro orienta que os técnicos não se submetam a 'treinamentos-relâmpagos' e a condições inseguras de trabalho. Os treinamentos devem seguir as melhores práticas da companhia, com padrões claros e revisados, e ter conteúdo programático capaz de habilitar os funcionários nas novas tarefas e atribuições. Além disso, o plano de treinamentos deve prever o tempo necessário em sala de aula, bem como o tempo necessário com simulações operacionais e familiarização aos novos processos estudados, de forma a assegurar capacitação necessária.

A indústria do refino de petróleo é de extrema complexidade e risco. A qualificação e experiência dos profissionais dessa área, compondo efetivos operacionais equilibrados e bem dimensionados, são requisitos fundamentais para a execução das atividades com eficiência e segurança. 

Fica aqui o alerta dos trabalhadores: enxugar para vender pode incendiar.